sexta-feira, 30 de novembro de 2012

EU VI O QUE NÃO QUERIA TER VISTO.

Eu vi o que não queria ter visto.
A despeito de ter os olhos fechados, eu vi.
Vi, ou não vi, não importa saber o certo, muito menos o errado.
A escuridão tomava conta de mim e das paisagens que não existiam.
Se existiam, onde estavam que não as via?
Mesmo que meus olhos permanecessem fechados, imagens dançavam à sua frente.
Sei que eram imagens porque fiapos de vestido batiam em meu rosto.
Não sentia frio, fome, dor, arrepio ou medo.
Era tudo aquilo que tinha de ser, menos eu.
Eu sempre fui o inverso do real; o antagônico da existência.
Quando achava que era homem, era espectro;
Quando achava que era romântico, era pétreo;
Quando achava que era fecundo, era estéril...
Sempre achando o que podia ser, mas que na verdade, nunca o fui.
Mas, eu vi.
Vi coisas irreais se tornarem reais.
Vi também coisas irreais se tornarem reais.
Enfim, de tudo o que vi, não vi o amor à minha frente.
Não vi a mulher cujos fiapos de vestido me açoitavam.
Vi, sim, um vulto fantasmagórico se distanciar de mim.
Por tudo isto e pela solidão que me envolveu, eu afirmo:
Eu vi o que não queria ter visto.

terça-feira, 20 de novembro de 2012

FATALIDADE, OU COISAS DA VIDA?

Aconteceu na Ilha do Governador - RJ. Um fuzileiro naval após a celebração de seu casamento, ao sair para a rua, tropeçou e quebrou sobre si mesmo uma taça que estava levando no bolso. O vidro quebrado seccionou a veia femoral. Ensanguentado ele foi levado para uma UPA, que alegou não poder atendê-lo por falta de condições técnicas; em seguida foi levado para o hospital que também não o atendeu por falta de médico. Logo após veio a falecer.
Qual é a conclusão que chegamos deste lamentável incidente? Muitas e talvez nenhuma. Concreto mesmo temos o fato de levar consigo uma taça no bolso. Seria imprescindível trazer consigo o objeto? Quanto às instituições médicas fica provado de que não estão aptas a socorrer um acidentado. Fora isso podemos entrar no terreno do abstrato: destino?, chegou a sua hora? Forças do além que vieram resgatá-lo?
É difícil encontrar uma solução plausível. A morte, por si só tão dura, não permite questionamentos de nenhuma ordem. Para quem ficou, ficam as perguntas. Pra quem foi, fica o desconhecido.
Fatalidade ou Coisas da Vida?

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

O SOL QUE NÃO GOSTA DE FERIADOS, OU, A CHUVA QUE AMA OS FERIADOS!


Não dá mais para viver assim!
O Sol, rei-astro, está odiando os feriados. É incrível como esta relação de ódio entre eles está acirrada. Basta, aparecer na folhinha um dia marcado em vermelho, para o Sol, ficar vermelho ( já o é) de raiva e se recolher em seus aposentos. Assim, que ele se recolhe, fecha todas as portas e janelas do Universo com chaves e cadeados  e se põe a ferver de alegria: Um feriado sem Sol, não é um feriado que se preze. É o mesmo que, uma festa sem cerveja; um baile sem mulheres; um poeta sem inspiração; um político sem corrupção; um casal de amantes sem tesão... É uma aberração. Ao mesmo tempo, que o Sol, está enjoado de feriados, a chuva passou a amá-los. Realmente, se tornaram fenômenos antagônicos.
Vai chegando o feriado: O Sol, lentamente, com ares de deboche e desprezo vai se recolhendo aos poucos: ele adora passar a imagem de que fez as pazes com o feriado. Ah, ledo engando. Aos incautos fica a impressão de que desfrutarão de uma cachoeira de raios solares: compram bronzeador, fazem planos e vão para a praia. O Sol é terrível. Assim que ele contempla a praia apinhada de banhistas, ele vai pouco a pouco se recolhendo dentre as nuvens: lençol de sua cama macia e, fica rindo às gargalhadas dos atônitos e afoitos adoradores de Hércules e Diana.
Vai chegando o feriado: A chuva espera pacientemente que os "esperançosos" se ponham como formigas pelas estradas em busca da merecida diversão e descanso dos dias atribulados. Basta ela contemplar a estrada repleta de veículos torrando ao Sol, para que se faça aparecer e, vem em forma de trovoadas, tempestades e frio. Só desgosto; dinheiro perdido; brigas entre a família e, decepção, muita decepção.
De hoje em diante, vou tentar enganar o Sol: quando chegar um feriado vou gritar a plenos pulmões de que não vou sair de casa; quem sabe assim ele não queira me punir. Quando eu notar de que ele está brilhando no firmamento, saio de mansinho, entro no carro, amordaço a mulher, as crianças e o cachorro e vou deslizando de mansinho pelo asfalto quente em direção à praia.
Serei feliz duas vezes: a primeira por enganar o Sol e a segunda por dirigir até o litoral sem ouvir os ganidos do cachorro e as vozes esganiçadas dos meus entes "queridos".
Arre, Sol!
Arre, Chuva!

DA BANALIZAÇÃO DA VIDA



Um dia, num passado muito remoto, um homem das cavernas assassinou um seu companheiro. Foi um crime premeditado? Havia motivo para tanto? Houve violência em excesso? A morte ocorreu com requinte de prazer? Qual a relação entre os dois?... È, evidente, que estas perguntas ficarão sem respostas. Mas, é possível responder sem medo de errar as mortes, ou melhor, os assassinatos que ora ocorrem com frequência nas noites escuras ou não da Capital do nosso Estado de São Paulo. A violência desmedida está grassando como praga nos atemorizados paulistas. Toda noite, crimes bárbaros são cometidos impiedosamente e, geralmente, não importa aos criminosos quem é quem, na hora de puxarem o gatilho. Mata-se pelo simples ato de matar. Alguns são marcados para morrer por decisão do alto comando do PCC; outros morrem por estarem no local errado, na hora errada... Destino ou "chegou a hora de morrer".
Não importa, importa sim, saber que estamos vivendo um período de matança indiscriminada. E, o governo o que faz? Tudo, ou nada, dependendo do foco analisado. É um guerra inglória. Seres humanos não aniquilados como se fossem figuras abstratas; como se não fizessem parte deste ecossistema maravilhoso criado pelo Ente Supremo. Toda guerra tem início, meio e fim. No início, as pessoas não dão muito valor; acham que vai terminar logo. No meio, já terrificados, oram a Deus para que cesse logo e, quando vai chegando o fim, já sem forças; sem credulidade e subjugados pela dor da perda de entes queridos tornam-se apáticos e não possuem forças para lutarem. Os déspotas; ditadores e assassinos só sobrevivem pela violência; são vencedores quando "quebram" o indivíduo em pedaços, usando para tanto coerção moral ou violência física.
É o que está ocorrendo na maior cidade do país: a população honesta, trabalhadora, amedrontada está cedendo espaço para os bandidos. Vivemos hoje uma inversão de valores: sobrevive o mau; o canalha; o corrupto. Enclausura-se em suas "cavernas" o homem íntegro.
Até quando viveremos a BANALIDADE DA VIDA?

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

A BUSCA DA ALMA!



Li, hoje, na UOL, de que cientistas podem provar a existência da alma. O que há de novo nesta notícia? Nada!
A  existência ou não da alma é mera especulação de quem não tem coisa melhor a fazer. Vive-se, desde que o mundo é mundo com a ferrenha crença na existência da alma. Por que, hoje, o homem, fica procurando pelo em ovo? Será que se eles declararem que a alma existe, ou, não existe, mudará alguma coisa? Muda alguma coisa declarar a existência de água em Marte? Existem certo fatos que não devem ser questionados, pois, não alteram em nada a vida dos milhões e milhões de simples mortais que nasceram, viveram e vão morrer com a crença já arraigada em verdades inquestionáveis. Uma delas é a certeza da existência da alma.
Muda sim, descobrir uma vacina ou seja lá o que for par a cura do Câncer; um remédio que previna o infarto fulminante; o retardo da velhice... enfim, algo que seja palpável e, não, um fato abstrato. O melhor que estes cientistas da "alma" fazem é se fecharem em seus laboratórios e descobrirem o porquê dos homens encetarem tantas guerras civis; dos facínoras matarem impiedosamente pessoas inocentes... Deixem a alma em paz. Se existe ou não existe é um fato que não vai alterar em nada o destino da humanidade. Bem, agora vou desligar o computador e vou dormir e, comigo vai a minha alma, ou não vai... O que muda? O sono virá de qualquer maneira como veio neste 67 anos de existência. Se durmo bem, a alma também dorme; se tenho pesadelos, a alma também os têm... E, se um dia me chegar a notícia de que a alma não existe: deixarei de dormir bem?, deixarei de ter pesadelos?, deixarei de viver?... Ah, balelas, somente balelas.