sexta-feira, 30 de outubro de 2015

QUANDO EU NÃO SENTIR MAIS SAUDADE.

Quando eu não mais sentir saudade
Tire-me o coração do peito estéril,
E, num ato banal jogue-o sem piedade
Ao cão faminto que late febril.

Tire-me o sol que sumiu no ocaso
E, a Lua que se esconde vergonhosa.
Sã astros que não convivem com o fracasso
De um homem a quem a saudade não vigora.

De que vale ter recordações inverídicas
De um amor que não se fez eterno.
É melhor ignorar a alma que reivindica
O que não viveu e se viveu, foi um erro.

Portanto, amigo, faça-me o favor de destruir
Os sentimentos que ainda teimam em sobreviver.
Sou, sim, um pária que sente a seiva fluir
De suas veias secas e estéreis para o frio éter.

Agora, que, de mim, já sabe, o ingrato destino
Da jura de uma mulher; uma grande inverdade.
Não tenha dó nem piedade e cumpra o que peço,
Quando eu não mais sentir saudade.


 

quarta-feira, 28 de outubro de 2015

A FLOR-DE-LIS

Ela sempre protegeu os seios dos olhares esquivos
Tratando-os como se fossem joias de real valor.
A ninguém ela permitiu que fossem adorados...
Nem a mim mesmo, que fui seu amante desvirginador.

Quando a tinha nua, ou melhor, seminua, de blusa
Nunca transparente e sempre de um tecido rústico,
Eu ralhava e gemia pedindo para sugar as pedras rútilas
Ah!, tudo em vão e o tesouro permanecia em segredo.

Até que numa noite de amores e desejos incontroláveis
Ela despiu a blusa e, graciosamente, desvelou os seios.
Atônito, pelo gesto incomum, me senti o mortal mais feliz.


Por um instante que se transformou em séculos inolvidáveis
Tive-os em meus lábios e assim, realizei, os meus anseios.
Ela, sensual, me mostrou em cada seio, a tatuagem de uma flor-de-lis.


segunda-feira, 26 de outubro de 2015

O CACHORRO!


A noite estava fria e escura.
Sentado na sarjeta eu chorava copiosamente o nunca ter sido.
As nuvens riam de mim toda vez que passavam sobre a praça deserta.
Nuvens escuras e carregadas de granizos me ameaçavam como se eu fosse um bandido.
Um instante atrás eu tinha tentado o suicídio riscando o meu peito com um canivete.
No último segundo, afrouxei a lâmina e me acovardei feito um rato esquálido.
Já, estava por horas abandonado na sarjeta quando sem mais nem menos ele chegou.
Chegou sorrateiro; chegou como uma sombra, chegou como um salteador.
Sem maiores trejeitos sentou-se ao meu lado e pôs-se a lamber a ferida do meu peito.
Quando prestei atenção vi que se tratava de um cachorro sujo e maltrapilho, como eu.
Não consegui distinguir sua raça, mas, se nem eu mesmo sabia quem era, como saber dele?
Tina o pelo ralo e muitas feridas pelo corpo e dele desprendia um cheiro nauseabundo.
Quando abriu a boca para me lamber os pés vi que lhe faltavam os caninos.
Mesmo assim, desdentado, me deixou trêmulo de pavor e, lhe sussurrei débeis lamentos.
Enroscado em minhas pernas tentava agasalhar-me e quem sabe devolver-me a vida que se esvaía.
Titubeante, rocei minhas mãos feridas em seu dorso e pude constatar que ele era dócil.
Para a minha felicidade tinha um ente que ainda me transmitia carinho e fiquei feliz.
A madrugada silente chegou e nos encontrou abraçados: dois desgraçados numa noite triste.
Sabendo que o "amigo" estava com fome tomei do canivete e abri minhas entranhas.
Num repente tirei os rins e lhe dei de comer; o que ele o fez com enorme satisfação.
Em seguida tirei o fígado ainda quente e sanguinolento e o atirei em sua bocarra molhada.
Durante alguns minutos, enquanto eu agonizava ele lambia os beiços e sorvia o sangue fervente.
Ainda, não satisfeito, mordeu-me o peito e retirou o coração ainda pulsante e o degustou.
Não ralhei com sua ousadia, pois, o coração já não mais me pertencia desde o dia...
Desde o dia em que a mulher de minha vida me abandonou por outro amante mais jovem e sedutor.
Feliz por ter um verdadeiro amigo que me ajudou a sair deste mundo e passar para o outro não vi.
Não vi quando por nós passou uma cadela toda sensual e oferecida mostrando estar no clímax do cio.
Imediatamente o meu então "amigo" me abandonou à própria sorte e saiu atrás da cadela vira-lata.
Sozinho, fui definhando até me esparramar no chão sujo e me contentar com a sarjeta como urna mortuária.
Uma nuvem negra passou por mim quando eu já era um cadáver vazio, oco, sem entranhas.
De tudo o que passei ficou a incerteza do ditado: " O cachorro é o melhor amigo do homem".
Para mim o certo é : " O CACHORRO É O MELHOR AMIGO DO HOMEM... ATÉ QUE PASSE À SUA FRENTE, UMA CADELA NO CIO".


domingo, 25 de outubro de 2015

REUNIÃO NO TAUBATÉ COUNTRY CLUB - BIBLIOTECA

Dia 26 do corrente - segunda-feira, às 20 horas , nós, membros da Comissão Biblioteca, seremos recebidos pela Presidenta da Diretoria Executiva, senhora Clenira, para tratarmos da implantação da referida Instituição. O Projeto Biblioteca no T.C.C. foi de minha iniciativa e, é muito salutar começar a colher os frutos. Acredito que no final do primeiro semestre de 2016 a Biblioteca estará funcionando plenamente, atentendo inicialmente os sócios e futuramente a Comunidade Taubateana.

"SOMENTE OS CÉREBROS OBTUSOS SE POSICIONAM NA CONTRAMÃO DA CULTURA".
ALDO DE AGUIAR

HOMENAGEM NA UNITAU - TAUBATÉ

Dia 27 do corrente às 20 horas terei a honra de ser homenageado pela UNITAU com a medalha comemorativa dos 40 anos da entidade pelo cargo que ocupei como Diretor da Escola Dr. Alfredo José Balbi . A solenidade acontecerá na Faculdade de Ciências Jurídicas.
Será uma honra contar com meus amigos nesta solenidade.

terça-feira, 20 de outubro de 2015

DIA DO POETA

Hoje, comemora-se o Dia do Poeta.
Mas, afinal, o que é ser poeta?
Eu respondo a esta pergunta com algumas considerações próprias do poeta (EU), a saber:
1. Ser poeta é acima de tudo ser amante... das flores, do vento; do mar bravio ou calmo; das estrelas que iluminam o Universo com suas luzes prateadas; da LUA; dos insetos; dos pássaros; da singeleza de uma criança passeando no parque; da safadeza de uma mulher na alcova; do canto insistente da cigarra; da luz fria e mística do vagalume... Enfim, da Natureza em seu todo;
2. É  não se apegar às coisas materiais e ser delas escravo e viver constantemente em sobressaltos pelo maior ou menor tesouro guardado;
3. É ser altamente passional e sentir ciúmes de tudo aquilo que cativa o seu coração;
4. É chorar quando os ditos normais  sorriem;
5. É se emocionar com Frank Sinatra cantando MY WAY;
6. É não  se enfurecer quando a inflação sobe;
7. É nunca, mas, nunca mesmo acreditar em políticos ( principalmente os brasileiros)
8. É acreditar que existe um ENTE SUPREMO  que governa nossas vidas e o Universo;
9. É beijar os lábios da mulher amada e sentir o coração bater em falso...
Enfim, ser poeta é muito complicado e, por isso ele não é entendido pela maioria dos simples mortais.
Ah, ia me esquecendo do essencial: É amar e ser amado por uma bela mulher, mas, que seja, antes de amante, uma fiel companheira.
Parabéns, para nós, POETAS DESTE BRASIL E DO MUNDO.

segunda-feira, 19 de outubro de 2015

O BRINCO DE PÉROLA


Tudo aconteceu quando frequentei o meu primeiro baile
De gala. Feliz, vestia um terno preto e gravata borboleta.
Como um dançarino nato dancei ao som da orquestra
Que tocava lindas canções e tornava mágica a noite.

De par em par eu rodopiava pelo salão escorregadio e luzente
Tendo sempre nos braços uma bela e esfuziante morena
Que me fazia, no momento da dança, o mais feliz vivente.
E, assim, dancei até o lusco fusco da fria madrugada.

Porém, quando a orquestra iniciou a última seleção de boleros,
Tirei uma estupenda loira para dançar a música "Perfídia".
Entre passos cadenciados rodamos pelo salão de casais repletos
No aconchego dos corpos suados e marcados de carícias.

Foi quando abri os olhos por um instante e vi um brinco de pérola
Caído no chão, aos pés de uma cadeira que estava nua e só.
Num ímpeto abaixei-me e me apoderei da joia abandonada
Por uma mulher que o perdeu sem se dar conta do ocorrido.

Por muito tempo vaguei por bailes sem conta na férrea esperança
De encontrar a mulher que certamente usava um brinco de pérola
Em uma só orelha e, com o coração fremente devolvê-la no afã
De ser recompensado com uma carícia ou com juras eternas.

Foi em um baile simples onde reinava a nostalgia no recinto
Onde dançarinos se moviam como autômatos vagando a esmo
Que deparei com uma bela morena que tinha a ausência de um brinco
Na orelha esquerda. E, tudo aconteceu num momento efêmero.

Deslizando como um tigre atrás de sua presa me aproximei resoluto
E, gaguejando lhe disse: _ Moça, cá está o brinco de pérola que perdeste.
Sorrindo ela o pegou e o pendurou na orelha e me disse entredentes:
_ Moço, há muito que ansiei por este instante... você é o meu bendito.

E, continuou dizendo: _ Eu fiz  um juramento ao meu santo protetor
De que, se um dia, eu reaver o que perdi em uma noite esplendorosa
Daria o meu coração ao homem que devolvesse a joia de real valor.
E, assim, graças ao baile simples, casei com a mulher do brinco de pérola.



domingo, 18 de outubro de 2015

OS TRÊS DESTINOS DE UM CRAVO NA LAPELA


Devo contar os três destinos de um cravo na lapela
E, se o faço, é porque, deles, fui fiel protagonista.
Tudo teve início quando a flor perfumada e rubra
Na lapela do meu paletó fez de mim um "falso" artista.

O primeiro destino foi quando me apresentei num baile de gala,
E, trazia, na lapela do paletó o cravo vermelho e perfumado.
Rodopiei dezenas de vezes em braços de mulheres sedutoras,
E, todas, sem exceção, beijaram o objeto místico e desejado.

Sim, desejado pelos lábios carnosos e rubros das damas enciumadas
Que, tentavam à toda sorte roubá-lo de mim  como "lembrança".
Porém, mantive-o pela noite adentro até o final das ternas músicas.
Assim, o cravo marcou a minha presença na inolvidável festança.

O segundo destino foi quando contraí núpcias com a minha eleita:
Uma moça bela em sua formosura e desejada em sua inocência.
Juntos, de mãos dadas, juramos no altar uma vida feliz e bela.
Ao trocarmos as alianças ela, sem rodeios, beijou o cravo na lapela.

Pela vida que nos foi reservada pelo excelso "Criador" vivemos felizes,
Nos amando, ora com fúria, ora com extremo carinho e, dela
Tive os melhores momentos de minha vida sem nunca cometer deslizes.
E, quando nuvens negras teimavam em aparecer, ela beijava o cravo na lapela.

Por décadas, vivemos o amor em sua intensidade até que a morte a levou.
Vivi, por viver, um bom tempo em que a vida deixou de me ser bela.
À noite, eu soluçava e chorava a recordação de um amor que se findou
E, pegava o paletó, e com ele me agasalhava e beijava o cravo na lapela.


O terceiro destino foi quando a "foice" impiedosa e traiçoeira da morte
Veio cobrar a minha presença no reino das almas não paralelas.
Senil, cabelos alvos como as eternas neves do monte "Kilimanjaro",
Me vi, pouco a pouco definhar, e junto, murchar, o cravo na lapela.

No último estertor da agonia da morte que se fez anunciar sobranceira
Balbuciei aos meus filhos o último desejo: para eles, uma balela.
Mas, para mim, era a consagração de uma flor: eterna companheira,
E, disse: Filhos, me enterrem, com o paletó com o cravo na lapela.




segunda-feira, 12 de outubro de 2015

BEM-ME-QUER... MALMEQUER


Desejoso de saber o que o destino me reserva
No amor, na felicidade, na posse da bela mulher
Resolvi passar pelo jardim e colher uma margarida
Para jogar o enigmático jogo do bem-me-quer.

Com os dedos trêmulos despetalei folha por folha
Dizendo em cada uma o bem-me-quer, o malmequer.
A alma parecia uma folha numa tempestade louca
Temerosa de que o resultado não fosse o bem-querer.

Aos poucos as folhas alvas foram se escasseando
E, o resultado, ainda se mostrava oculto, imprevisível.
De olhos fechados segui como um autômato insano:
E, tirava e jogava as pétalas, num acesso febril.

Finalmente restaram quatro, somente quatro, para o fim
Da minha idiota teimosia em desejar saber o meu lenitivo.
Fiz uma leve pausa, respirei fundo e resolvi, enfim,
Despetalar lentamente uma a uma, num ritual sofrido.

Mentalmente sussurrei as palavras que me revelariam
A sorte do meu amor ou, a desgraça do muito querer:
Das duas últimas sairia aquela que feliz, me faria:
Lágrimas escorreram quando restou a última: MALMEQUER.


quinta-feira, 8 de outubro de 2015

INSENSATEZ

Não quero ser sensato, mas sim, insensato,
Nem desejo ser pudico, mas sim, libertino
Pois, assim, sendo, serei livre, nas decisões
Que pretendo ter em minhas  muitas ambições.

De cima dos meus dezoito anos incompletos
Contemplo com soberba os falsos moralistas
Que se arvoram de juízes e usam o dialeto
Para punir os "autênticos" que negam a hipocrisia.

Insensato, agrado as jovens que desfilam suas formas
Pelas ruas e praças onde se aglomeram os lobos
Que teimam em passar por cordeiros ou, mesmo, idiotas,
E, como "sensatos" apenas as olham com o rabo dos olhos.

Sou moleque, afirmam os travestidos de moralistas
E, que, não sirvo de exemplo para a sociedade honesta.
Mas, o que é ser "homem" se de mim, morrem de inveja
E, aspiram com sofreguidão o tesão, que me domina?

Em minhas veias corre a Testosterona como um rio caudaloso
Impelindo-me a "cantar" as garotas que se oferecem a rodo.
Sou insensato e, assim o quero ser até mesmo quando impotente.
E, acredito, que minha "molecagem" perdurará renitente.


quarta-feira, 7 de outubro de 2015

UMA ÓTIMA AQUISIÇÃO DE LIVROS

Hoje, recebi os livros que tinha comprado na semana passada e, são eles:

1. Três livros do consagrado escritor F. SCOTT FITZGERALD a saber:

_  SUAVE É A NOITE - 445 PÁGINAS
-   ESTE LADO DO PARAÍSO -  348 PÁGINAS
-   O GRANDE GATSB - 249 PÁGINAS

O CONSAGRADO ESCRITOR ESCREVEU O BELÍSSIMO E INTRIGANTE CONTO:   O CURIOSO CASO DE BENJAMIN BUTTON -  QUE FOI ADAPTADO PARA O CINEMA EM 2013, TENDO O ATOR BRAD PITT COMO BENJAMIM BUTTON.

- SOBRE O AUTOR:

F. Scott Fitzgerald (1896-1940) nasceu nos Estados Unidos. O escritor ingressou na Universidade de Princeton, mas interrompeu os estudos para se alistar como voluntário durante a Primeira Guerra Mundial. Em 1920, iniciou sua carreira literária com a publicação de Este lado do paraíso, romance que lhe abriu espaço em periódicos de grande prestígio. No mesmo ano, casou-se com Zelda Sayre, que teve bastante influência na sua obra, embora vivessem uma relação bastante conturbada. Morreu de ataque cardíaco aos 44 anos.

2. COLEÇÃO CONTOS COMPLETOS de LIEV TOLSTÓI  em três volumes, traduzidos por RUBENS FIGUEIREDO EDITADO PELA COSAC NAIFY.

PRIMEIRO VOLUME COM 767 PÁGINAS;
SEGUNDO VOLUME COM  638 PÁGINAS;
TERCEIRO VOLUME COM 669 PÁGINAS - TOTALIZANDO  2.074 PÁGINAS.

"QUEM NÃO LÊ, NÃO FALA, NÃO ESCREVE E VIVE ALHEIO AO MUNDO QUE O RODEIA".

terça-feira, 6 de outubro de 2015

A TARÂNTULA

A tarântula passeava com seu corpo negro
Sobre o corpo alvo da mulher que dormia.
Estático, eu, contemplava o terrível perigo
Que ela, a minha amada, sem o saber, corria.

O temível aracnídeo desfilava suas pinças peçonhentas
Pelas entrâncias e reentrâncias da ninfa em sua inocência.
Parecia que a mulher se transmudou em um bibelô
E, imóvel, não sentia as patas galgando seu belo rosto.

Por uns instantes de terror senti um calafrio na medula
Quando ela, resolveu dormitar nos seios róseos e túmidos,
Como se fora os lábios do amante que insano suga
Os mamilos eretos de frutas raras; dois pomos maduros.

Maldita tarântula que indolente desceu para o ventre ebúrneo
E, se enroscou, lânguida, no caracol enovelado  do púbis
Onde fios perfumados e sedosos exalavam um perfume etéreo.
E, teve como prêmio, pela sua investida, o raro botão: o rubi.

Desperto da letargia em que estava arremessei a tarântula; o monstro
Num gesto tresloucado, próprio do amante insano, sem avaliar
O perigo a que estaria expondo a mulher que dormitava no leito
E, que sonhava viver o amor; viver uma vida para  me amar.

Num suspiro débil e cheio de provocações ela acordou e me sorriu.
Num canto, retorcendo-se nos estertores da morte a tarântula
Me olhou, e se amedrontou com o meu olhar férreo e febril.
Ela renasceu, sem o saber; a tarântula, morreu, na penumbra.    

domingo, 4 de outubro de 2015

A NEGRA

A negra espevitada e de ancas arrebitadas
É mucama na fazenda do Coronel Jesuíno,
E, como escrava, atende as  investidas
Que o "Senhor" o faz, por ser libertino.

Durante o dia, circula, expondo as belas ancas
Aos negros, que deixam a baba fluir em rios
Desejosos de tê-la nas noites de sonhos e volúpias
Numa orgia desmedida; no embate dos corpos rijos.

Porém, a negra que é posse do" Senhor" da senzala
Temerosa, afasta os negros que dela se enlouquecem.
Sábia, em sua aparência de negra bela e analfabeta,
Mantém a vida e o corpo longe das chibatadas que doem.

Assim, durante o dia, é alvo dos desejos carnais
Dos insanos escravos que por ela se masturbam.
À noite, ela se unta do perfume do cio dos animais,
E, lânguida, deita no leito rústico: o capim que abunda.

Neste leito, recebe sem constrangimento o seu "Senhor"
Que louco de tesão, sacia seus desejos, num doido afã.
Oh!, negra espevitada, és escrava e "senhora", no calor
Da posse. Ah!, quisera eu ser o "Senhor" de suas ANCAS.   

sexta-feira, 2 de outubro de 2015

O VERÃO PERIGOSO - ERNEST HEMINGWAY

Estou tendo a grata satisfação de ler o romance de Ernest Hemingway , o Verão Perigoso, da Editora BERTRAND BRASIL- 2A. EDIÇÃO - 265 PÁGNAS.

E, 1959, Ernest Hemingway retornou à Espanha, " o país que mais amo, além do meu". Contactado pela revista Life para escrever um artigo curto sobre touradas, tornou-se de novo tão absorvido pelo tema que já o inspirara, décadas antes, a escrever a obra-prima que é Morte ao Entardecer, que acabou redigindo o original de um livro. Seria o último empreendimento literário importante de sua vida.
O Verão Perigoso é a crônica da sensacional temporada que se desenvolveu nas arenas espanholas naquele ano, inflamada pela rivalidade quase mítica de dois matadores, Antônio Ordóñez (cujo pai Hemingway retratara no clássico acima referido) e Luis Miguel Dominguín - dois cunhados, ambos
equiparados em habilidade e carisma.
O Verão Perigoso é a quintessência de Hemingway: uma obra ficcional que é, ao mesmo tempo, impressionante realização literária e um complexo autorretrato do mestre americano.

Sobre Hemingway:
Ernest Hemingway é um dos pilares da literatura contemporânea mundial. Nascido em 1899, começou a escrever aos 18 anos para um jornal. Quando os Estados Unidos entraram na primeira Guerra Mundial, alistou-se como voluntário, tornando-se motorista de ambulância para o Exército na Itália. Após ser ferido recebeu uma condecoração do governo italiano.
Ao voltar para os Estados Unidos, trabalhou como repórter para jornais americanos e canadenses, e então voltou para a Europa, cobrindo eventos, como a Revolução Grega.
Durante os anos 1920, tornou-se membro do grupo de expatriados americanos em Paris, o qual ele descreveu em seu primeiro livro O SOL TAMBÉM SE LEVANTA (1926).
Ernest Hemingway, foi agraciado com o Nobel de Literatura em 1954 e faleceu em 1961 (suicídio).