segunda-feira, 19 de dezembro de 2016

MAR DE ABROLHOS

Intrincável mar de abrolhos em que naufraguei
Desesperançado de ser amado por ti.
Por ti mergulhei no desconhecido mar revolto,
E, me vi, entrelaçado por liames pegajosos e impiedosos.
Pela tarde, noite e madrugada gélida soçobrei qual espuma
Que se quebra na praia e, morre, indiferente, ao Cosmos,
Que não dá a mínima para almas que não se amam e assim,
Vivem acorrentadas por intrincada rede de abrolhos.
Sim, tive no corpo uma rede de abrolhos a me possuir
Descomunalmente, malignamente e ferozmente: poderosas tenazes.
Náufrago me vi enlaçado por fibras asquerosas as quais não eram:
Os pelos pubianos que sempre protegeram o teu oásis;
As penugens da pele alva e perfumada que sempre me aconchegaram;
Os cabelos loiros ,densos, sedosos, lascivos e provocantes...
Maldita mulher que me fez desejá-la como se fora a Messalina;
Odiosa mulher que me fez sonhar com a plenitude do amor sublime;
Falsa mulher que me fez acreditar nos juramentos de amor eterno...
Abrolhos me possuem e, são frios como a veste mortuária;
Abrolhos me sufocam com seus caules impregnados de sal e desdém;
Abrolhos me seduzem e, me arrastam para o infinito abissal.
Antes de me sucumbir aos meu veerdugos ainda procuro forças
E, grito grito roucos, gritos de dor, de desilusão e de fracasso:
Malditamulhermalditamulhermalditamulhermalditamulhe... mal..dita..mu..glub...
glub..maldi...mu...lher...glub...glub...


domingo, 18 de dezembro de 2016

O POTRO TORDILHO

A menina de tranças ganhou um potro tordilho,
Em seus quinze anos de uma vida feliz e pueril.
Nesse dia ela comemorou com alegria e desatino,
O presente sonhado languidamente nas tardes de abril.

A fazenda em que morava lhe dava momentos de encanto,
Rodeada pelas borboletas que flanavam no jardim florido,
Ou, pelos pássaros que gorjeavam em todos os recantos.
E, agora, mais feliz, saltitava, ao lado do potro tordilho.

Bela menina de tranças, que balouçavam, no galope desenfreado,
Impelidas pelo vento que adorava acariciar o alvo pescoço,
Como se a trança loira fosse da roseira, um ramo florido.

Feliz, incapaz de gerar uma lágima que fosse de tristeza,
A menina, meu futuro e grande amor, galopava, com a certeza,
De que, o seu presente era único: o impetuoso, POTRO TORDILHO.

segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

UMA CICATRIZ POR UMA CARÍCIA DESELEGANTE!

Uma cicatriz por uma carícia deselegante
Foi o meu prêmio pela insensatez do desejo.
Sem medir as consequências do gesto infame,
Vi-me agredido por dentes belos e insuspeitos.

Tudo aconteceu no lapso que dura um raio luzente;
No instante mágico em que a consciência dormita
Em berço esplêndido da posse carnal e fremente,
Sem, se atinar com o despropósito da insensata carícia.

Estava ela com uma blusa de renda que pouco ou quase nada
Escondia os seios que lutavam para aflorarem à luz do castiçal.
Num ímpeto louco fui tomado pela sanha das feras na calada
Da noite; que se ferem pela posse da fêmea, em estado virginal.

Ensandecido enfiei a mão no bojo quente e perfumado do sutiã
Que prendiam as jóias como se elas fossem do colar da Messalina.
Oh! Deus, que sensação maravilhosa foi acariciá-los no afã
De seduzir para sempre a mulher amada e os seios sem a guarida.

Mas, a felicidade nunca é completa para quem ama com a insensatez
Própria dos incautos que acreditam sempre sairem da batalha, vitoriosos.
Num repente tive a mão rasgada pela mordida dada com a lucidez
De, me repelir de tão deselegante carícia:profanar os seios voluptuosos.

segunda-feira, 5 de dezembro de 2016

OS MORTOS !

Os MORTOS é o conto que encerra o livro de contos de James Joyce denominado DUBLINENSES, que tive a felicidade de terminar a sua leitura. São contos que se passam na cidade de Dublin- Irlanda, com seus costumes e moradores. O conto em questão deu origem ao filme lançado no Brasil com o título "OS VIVOS E OS MORTOS",em 1987, produzido pelo excelente diretor JOHN HUSTON e, como personagem principal, a esplêndida artista ANGÉLICA HUSTON ( a mesma do filme A FAMÍLIA ADANS).
Aconselho a sua leitura pelos amantes de um ótimo livro. Pelo Mercado Livre, comprei o filme que deverá chegar nos próximos dias.
A partir desse livro vou me "aventurar" na leitura de seu livro mais famoso; um dos clássicos da Literatura Mundial (tido como um dos três): ULISSES, com mais de 1.000 páginas.
Ler e escrever é o que alimenta os meus neurônios e os mantêm em contínua atividade.

sexta-feira, 2 de dezembro de 2016

JORNAL APASE - NÚMERO 276 DE NOVEMBRO /2016 - PEÇA-ME PARA EU FICAR!

ESTE POEMA DE MINHA AUTORIA E JÁ publicado no livro de poemas Do Corpo da Alma e do Vento -2014, foi escolhido para ser apresentado no JORNAL APASE -Publicação mensal do Sindicato dos Supervisores de Ensino do Estado de São Paulo e distribuído aos Supervisores, o que muito me honrou.

PEÇA-ME PARA EU FICAR


Peça-me para eu ficar
E eu ficarei,
Mesmo que queira partir.
Fazes de mim o que bem queres,
Embasada no grande amor
Que por ti, sinto.
Mas, não tenhas certeza
De que me tens acorrentado;
Preso por algemas de frio aço.
Sou perdidamente apaixonado
Por ti, e, por ti, faço loucuras,
Embora às vezes me sinta lúcido.
Insensato seria partir
Quando o que quero é ficar,
Ficar e viver das esmolas que me dás.
Esmolo o teu amor
E não sinto a vergonha de pedir
O pouco que me ofereces.
Dou-te o meu amor sem reservas
E, para não perdê-la, fico,
Fico, mesmo se não pedires
Para eu ficar... mas,
POR FAVOR, PEÇA-ME PARA EU FICAR.