sábado, 16 de fevereiro de 2019
SUPREMO ENLEIO -
Quanta mulher no teu passado, quanta!
Tanta sombra em redor! Mas que me importa?
Se delas veio o sonho que me conforta,
A sua vinda foi três vezes santa!
Erva do chão que a mão de Deus levanta,
Folhas murchas de rojo à tua porta...
Quando eu for uma pobre coisa morta,
Quanta mulher ainda! quanta! Quanta!
Mas eu sou a manhã: apago estrelas!
Hás de ver-me, beijar-me em todas elas,
Mesmo na boca da que for mais linda!
E quando a derradeira, enfim, vier,
Nesse corpo vibrante de mulher
Será o meu que hás de encontrar ainda...
FLORBELA ESPANCA
VILA VIÇOSA - ALENTEJO - 1894
MATOSINHOS - DOURO - 1930
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário