Era bela! Para mim foi a mística Cleópatra.
Tinha a formosura e o porte da rainha do Egito,
E, a sensualidade de infinitas Messalinas.
Era Estonteante! Porém, maldigo, o seu destino.
Conheci-a em um cabaré de ínfima categoria
Reinando dentre as cortesãs de corpo mirrado.
Dançava ondulando o ventre e a carne tenra
Atraindo para si os olhares de homens desvairados.
A fumaça de infindos cigarros a tornava mais etérea
Como se uma estrela brilhasse no negrume infecto.
Na penumbra sobressaía as bijuterias baratas
Que adornavam o corpo nu e os seios pétreos.
Era tremendamente bela em seus sensuais rebolados
Que me atraíram em um redemoinho de paixões.
Por ela me desnudei das glorias e me fiz escravo
E, por um tempo fui seu súdito, desdenhando as razões.
Priscilla, a minha Cleópatra, por um tempo me subjugou
Fazendo-me o seu "Marco Antônio", o seu fiel amante.
Ah!, quimeras vivi, não sabendo que vivia apenas o "jogo"
Encetado pela deusa do cabaré e, não, o amor inebriante.
Os anos se passaram e a dor do avilte me fez cruel
Um assaz assassino ávido da vingança férrea e doce.
Por noites e noites insanas bebi a sua morte em fel.
Por dias e dias desvairados vivi dopado... insosse.
Porém, como a paz não logrou se afastar de mim,
Dei-lhe de presente o monstro que desenhei na lápide:
Uma serpente pequena, dentro do sutiã cor de carmim...
E, saboreei a vingança nas presas da pequena ÁSPIDE.
domingo, 12 de março de 2017
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