quinta-feira, 26 de novembro de 2015

RETRIBUIÇÃO DE UM PRESENTE RECEBIDO

Hoje, um amigo dileto me presenteou com dois pneus para o meu carro. Realmente, eles já estavam oferecendo risco à minha vida. Fazendo uma análise criteriosa de minhas posses vi que só podia trocá-los no ano vindouro. Sabendo disso, esse dileto amigo se prontificou a resolver tão grave problema doando-me os pneus. Assim´é, que, lá pelas cinco horas da tarde a oficina me ligou e me avisou de que o serviço estava pronto. Ao dirigir o carro com os pneus novos senti que estava trafegando nas nuvens de tão macio que ficou. Sentindo-me seguro no volante veio-me o sentimento de gratidão e, de que, deveria também presenteá-lo. Quando chegou a noite não tive nenhuma dúvida e dei de coração uma das estrelas mais lindas do Universo ao meu querido benfeitor. Como poeta ( a grana não gosta de poetas) fiz o impensável para qualquer mortal: Dei o nome do meu amigo à belíssima estrela, o qual peço licença para não declinar o seu nome, mas, os mais íntimos sabem do seu nome e afetuoso gesto.
Caro amigo, para você eu deixo a seguinte promessa: Assim, que eu tomar coragem eu venderei cinco centímetros do Universo estrelado (Eu sou dono do Universo inteiro) e lhe darei uma Ferrari e um Iate. Creio que quando eu escutar o Cauby cantando BASTIDORES e tiver um bom vinho à mesa eu tomarei esta dolorida decisão... Você merece!
Obrigado!

segunda-feira, 23 de novembro de 2015

SONETO DA PROCURA

Por onde tu andarás mulher bela e exótica
Que me fez o homem mais feliz em anos idos,
Quando a mocidade sorria para mim, embora,
Já estivesse calejado por amores findos.

Tu eras a alegria que reinava em meu coração
Quando, juntos, falávamos de tudo ou de nada.
Vê-la, era, para mim, a felicidade em explosão
E, ao nos despedirmos a alma se despedaçava.

Vivemos uma vida sem fim, porém, sendo o futuro
Uma incógnita, que não queríamos decifrá-la,
Temerosos de que o "adeus" viesse como verdugo,

E, nos tirasse o amor que cultivávamos com loucura,
Embalados pela singeleza das carícias sonhadas.
Oh! mulher bela e exótica, estou a tua procura.




domingo, 22 de novembro de 2015

SONETO DO MEU PADECER

Sei que padeço e muito, muito, padeço,
Pela desilusão de um amor que enfim,
Terminou e, por ele, pago um alto preço,
Por crer que ela pertenceria sempre a mim.

Oh!,credulidade que nos faz aceitar juras,
Nos momentos em que nos tornamos insanos,
E, cremos que a mulher amada tem a alma pura,
Nunca, um coração, repleto de tantos enganos.

Hoje, quando a verdade explodiu em lavas lodosas
Enlameando-me o corpo no seu visgo de mentiras,
Choro um choro convulsivo pelo mar de malícias

Em que ela soçobrou e nunca mais emergiu airosa.
Amanhã, um outro dia raiará em meu jeito de viver,
Para ser feliz com outra mulher e, nunca mais, padecer.


sábado, 21 de novembro de 2015

O CIMO DA MONTANHA


Por um tempo que não sei precisar fiquei deitado no sopé da montanha. Estava extenuado pela penosa caminhada que vinha fazendo desde que deixei de existir como homem e resolvi me transformar em um lagarto. Não sei explicar o porquê de escolher um réptil para me substituir como humano. Pensei algumas vezes em me transformar em aranha; escorpião; sapo e até, acreditem, em minhoca.Mas, assim, que deitei no sopé da montanha me fiz lagarto e, procurei me esconder do sol abrasador entrando num monte de folhas e gravetos ressecados. Até o cair da noite, descansei, recuperando as forças perdidas na longa peregrinação. Para matar a fome e a sede devorei alguns tolos insetos que passavam por mim, me ignorando como se eu continuase a ser aquele ser insiginificante de um dia atrás. Quando o sol raiou eu iniciei a subida até o cimo da montanha me rastejando e machucando o ventre com os pedregulhos ponteagudos que cobriam os trilhos feitos por algum outro animal. A dor não me incomodava. Incomodava sim, o calor abrasante que tostava o meu corpo e me fazia silvar de sede. Por um certo tempo, voltei ao estágio de "homo sapiens" e calculei, agora de pé, a distância que ainda faltava para atingir o meu intento. Como "humano" dei algumas passadas, porém, em segundos me dobrava para trás e perdia o terreno conquistado. Banhado de suor, pensei comigo: "estou vivendo a mesma maldição de Sísifo". Já, no estágio de lagarto venci umas dezenas de metros e cansado, me enfurnei numa toca de tatu para me refrescar e passar a noite. O dia amanheceu claro e fresco. Aproveitei a ausência do sol e rastejei até o cimo da montanha e, lá cheguei,estropiado e alquebrado... Um homem-lagarto desprovido de sensação e vontade de viver. Num breve sacolejar do corpo doído e lanhado, me despedi do lagarto com uma leve carícia no seu dorso frio e luzidio e me fiz homem novamente. A metamorfose não durou mais que alguns décimos de segundo. Estático, permaneci até que o sol se pôs e a Lua me inundou com seus raios argênteos. No lusco-fusco da noite visualizei uma pedra que se projetava para o abismo e nela eu imaginei ver (miragem?) uma prancha de piscina que estava um pouco acima de um mar azul e plácido. Achando que um mergulho nas águas tépidas me fariam desistir da intenção de me suicidar pulando no vazio abissal que se descortinava perante mim (alguns minutos antes) trepei na pedra, ou melhor, na prancha e mergulhei de encontro ao embate sensual das águas. Por algumas horas me vi imergindo num mar sem fim. Uma aragem fresca refrescava o meu corpo e continuei imergindo... imergindo... imergindo. Até que, alcancei o fundo e só então me dei conta de que estava grudado num terreno seco, árido e escaldante. Tentei emergir, mas, os braços e pernas não reagiam. Aos poucos a vista foi se turvando e deixei de enxergar. O tempo que passou não sei calcular. A noite e o dia se foram e outro dia chegou e, então senti sobre o meu corpo despedaçado o andar sacolejante de um lagarto que pouco a pouco me devorou. Quando me senti dentro do estômago do réptil agradeci a "quem quer que seja" que me deu este destino... O destino de rastejar ao invés de andar como um homem.
E, tudo aconteceu, no cimo da montanha.

sexta-feira, 20 de novembro de 2015

A ESCOLHIDA


Para ele dentre todas ela foi a escolhida
Embora, muitas delas o tivessem seduzido.
Porém, para ele, ela tinha um "quê" de malícia,
Que o fazia sentir-se dos rivais, o escolhido.

Assim, ambos, em suas escolhas norteadas pelo amor
Desenvolveram durante décadas um relacionamento feliz.
Ela, satisfazendo seus desejos numa entrega sem pudor;
Ele, se entregando sem limites, nu, sem nenhum verniz.

O tempo passou e a maturidade deste amor se consolidou
Apesar de alguns percalços se enredassem nestas vidas.
Mas, que são desavenças senão o molho que validou

A veracidade de uma noite em que se encontraram
E, se conheceram pela primeira vez e então a sina
De estarem juntos perdurou e, nunca mais, se separaram.

domingo, 15 de novembro de 2015

A BARBÁRIE DA FRANÇA


O que se pode dizer sobre a terrível carnificina ocorrida na cidade luz? Quando se trata de uma barbárie como esta ficamos todos paralisados, sem ação para dizer o que sentimos. Sabemos sim, que se trata de uma "guerra" sem limites e sem medir as consequências, não importando quem serão os atingidos; que pagarão com suas vidas a loucura de outros seres "humanos" que vivem num estado de espírito mais para o inferno do que para o paraíso celestial que acreditam alcançar com seus atos terroristas. Na Idade Média já tivemos as famosas "Guerras Santas", onde se matava sem dó nem piedade, ancorado na obediência à Deus. Mas, que Deus é esse que exige a morte de milhares e milhares de pessoas inocentes? Uma das famosas leis da Física afirma: " A TODA AÇÃO, UMA REAÇÃO...". É evidente que as Nações atingidas pelos fanáticos terroristas serão retaliadas, também, sem dó, nem piedade. E, assim, uma ação, desencadeia outra reação. Até quando o homem dito "inteligente" neste planeta vai continuar com seus atos insanos? Alguém já ouviu falar de uma guerra entre leões; rinocerontes; girafas; gafanhotos, escorpiões etc.? A cada dia que passa o "Homo sapiens" está regredindo e, continuando assim, logo, muito logo, voltará a habitar as cavernas. Einstein. declarou: a primeira guerra foi com fuzis; a segunda com bomba atômica; a terceira será com bomba de hidrogênio e a quarta será com paus e pedras.
É o que nos espera com os fanáticos e assassinos do Estado Islâmico; do Talibã; dos países que vivem em constante conflito e, dos "idiotas" que se julgam os "deuses" do certo e do errado e cometem estas atrocidades.
Hoje, voar em gigantescas aeronaves, em trens; em navios, bem como frequentar casas de espetáculos; estádios de futebol etc., é uma temeridade.
Que as almas dos mortos na capital da França, descansem em paz e, que as almas dos terroristas mortos vão para o inferno (embora eu não acredite nem em céu e nem em inferno).
Que o "Ente Supremo" criador deste Universo nos proteja.

quinta-feira, 12 de novembro de 2015

MAIS UMA VITÓRIA DA BIBLIOTECA

Ontem, a Diretoria Executiva do TCC, apresentou a planilha orçamenária e fiquei muito feliz quando vi que a mesma está solicitando $115.000,00 para o Conselho e , que deverá ser usado na reforma do Casarão e instalação da Biblioteca. Acredito que nos meados dos segundo semestre a Biblioteca estará instalada e funcionando.
De imediato estou pensando em colocar na Sauna uma estante de aço com mais ou menos 300 títulos de minha propriedade. É a semente da Biblioteca que será plantada. Acredito que deverei ficar sem uns 20% dos livros, mas, o livro deve circular e não ficar empoeirado nas estantes. Com o passar do tempo o cidadão vai se conscientizar de que após ler o livro, deverá devolvê-lo. Não podemos desanimar. Um homem que lê, é um novo cérebro para melhorar o nosso Brasil.

"SOMENTE OS CÉREBROS NEBULOSOS É QUE SE COLOCAM NA CONTRAMÃO DA CULTURA".

Vou à luta! Quem viver, verá!

terça-feira, 10 de novembro de 2015

SONETO DA DESPEDIDA


A despedida entre nós não era para ser como foi:
Foi desgastante pelos fatos insanos acontecidos,
Tais como, mentiras, falsidades, tudo a dois.
Dois entes que se completaram no ludibrio.

Como folhas secas que se desprendem dos galhos
A verdade até então escondida também se desprendeu,
Num repente, em que nada disso, era, por mim, esperado.
Um duro golpe para um crente, que então, se tornou ateu.

Descrença inaudita se apossou de minha alma crédula
De que a verdade sempre jorrava da boca muito beijada.
Ah, tudo não passava de uma farsa orquestrada por lobos,


Que se passavam de ovelhas e a tudo e a todos enganavam
Com suas ardilosas artimanhas quando então se saciavam
Na odiosa traição. Foi uma despedida sem o menor retorno.




O RATO QUE FOI LIBERTADO DE UMA PENITENCIÁRIA DE SEGURANÇA MÁXIMA.


Deu no Jornal Nacional:

Dentro de um presídio de segurança máxima, os ditos ratões, larápios, vagabundos e outros codinomes conseguiram adestrar um ratinho para que ele fosse de cela em cela levando amarrado em si bolotas de maconha, cocaína, celulares e outros objetos necessários ao deleite dos desclassificados.
Como pagamento pelos serviços prestados, os presos lhe enchiam de comidas e guloseimas. No corpo trazia atado um comprido cordão para ser governado pelas "inteligentes" mentes deturpadas. O serviçal engordou mais do que o normal para os de sua espécie. Na verdade, estava levando uma "boa vida". Mas, como não se trata de um conto de fadas, mas, sim, da realidade, o "gordo" roedor foi surpreendido por um dos guardas que, imediatamente, o aprisionou em suas mãos. Depois de muita conversa e estudo da "lei" que vigora dentro do presídio, acharam por bem soltá-lo num terreno baldio fora do presídio.

Eu, acredito, que, depois, aconteceu o que vou expor:

É desnecessário dizer que o, agora, ratão, não se adaptou à vida dura fora do presídio e traçou um plano para retornar ao "doce" convívio dos seus protetores (Condenados). Encontrando um  outro da sua espécie, só que bem mais magro e raquítico, mordeu-o, até matá-lo e com ele dentre os dentes pontiagudos dirigiu-se até o portão do presídio para que fosse preso por assassinato, voltando para a "boa vida". Acontece que o guarda de plantão não entendeu o seu intento e soltou um tremendo de um gato rajado em seu encalço. O rato balofo, correu o mais que sua barriga permitiu e num impulso férreo entrou dentro de um cano de esgoto de plástico. Ele tinha dois para escolher: um da marca Tigre, que ele descartou imediatamente (chega de felinos) e outro da marca Amanco, no qual ele se enfurnou por um bom tempo.
Moral da história:
Ratões e ratinhos não convivem por muito tempo.

sábado, 7 de novembro de 2015

O FRENESI DA CONQUISTA

Sempre que a encontrava sentia o coração acelerar
Pela incrível atração que exercia sobre mim.
E, quando isto acontecia eu não conseguia moderar
Os termos usados para que entendesse, enfim.

Às vezes me declarava com palavras expressivas,
Ou, então, com um buque de flores perfumadas.
Mas, ela, sempre me repelindo, sorria e dizia:
"Caro jovem, desista!, você não me diz nada".

Mas, como desistir se com ela sonhava as noites
E, os dias e, a vida, de mim, por ela, se esvaía.
Estava enlouquecido pela sua beleza diferente
Que a endeusava e das demais, sobressaía.

Até que uma noite, enlouquecido de paixão e desejos
A retive pelos braços numa dança de debutantes,
Onde ela, toda linda, como uma rainha distribuía beijos
Aos jovens (não a mim) que a seguiam a todo instante.

Sim, insano em minha atitude arrastei-a para um canto
Do salão repleto de lindos e felizes casais que bailavam.
Atônita, arregalou os belos olhos e me fitou com espanto
Da minha ousadia em tê-la sob minhas mãos que tremiam.

Gaguejando disse-lhe de supetão: " Eu... Eu te amo..."
E, concluí: " Por favor, não me repila... Dance comigo".
Por milagre (só pode ser) ela me puxou para um tango,
Sensual, que nos levou ao êxtase... "CAMINITO".

Desde esta noite então nunca mais nos separamos
E, sempre que recordamos  daquela noite feliz
Eu, a abraço frente aos netos e, nos declaramos
Ela diz: "Você, nunca desistiu". " Eu digo:" Foi um frenesi".

sexta-feira, 6 de novembro de 2015

A MOÇA DE BIQUÍNI MARELO

Foi quando a notei pela primeira  vez deitada na areia branca e fervente
Que senti uma pontada doída no meu peito despido e bronzeado.
Ela, parecia estar ressonando pelo arfar das costas seminuas e frementes,
Quando, num impulso passei e, joguei areia, no seu corpo torneado.

Estava vestida com um minúsculo biquíni  de um  tom amarelado,
Que reluzia aos raios do sol que teimavam em furar o pano da barraca.
Ás costas trazia apenas um insignificante fio que segurava os seios,
E, no ventre, ou melhor, na anca, uma tira de pano em forma de pipa.

Por horas fiquei observando-a em suas idas e vindas à beira-mar,
Quando desfilava com ousadia e graciosidade o seu corpo sensual.
Toda a vez que a onda atingia seu corpo ela se deitava e fingia nadar,
E, então, maliciosamente soltava os cabelos; oh, visão celestial.


Aos cair da tarde ela se levantou com um invólucro de plástico
E, como a "garota de Ipanema" se dirigiu para o mar, agora, rebelde.
Deu algumas braçadas e num gesto maroto, despiu o  biquíni amarelo,
Para em seguida, retirando da bolsa um biquíni da cor da pele.

Atônito, contemplei-a substituir a minúscula peça de banho e, em seguida
Atirar ao mar o biquíni amarelo que tanto me tinha inundado de desejos.
Rapidamente, sem medir o perigo, atirei-me às ondas enfurecidas
E, nadei, como um louco, atrás do meu troféu: o biquíni dos meus anseios.


Por horas e horas seguidas segui as duas peças do biquíni amarelo
No afã irresistível de tê-los em minhas mãos para a eternidade.
Mas, quanto mais eu nadava, mais elas se distanciavam do meu intento
E, esgotado, senti que me tornaria um náufrago sem alcançar a felicidade.

Quando a noite chegou, eu estava perdido num mar revolto e solitário
Cansado, sedento e tendo visões vi ao longe uma jovem me acenando.
Trajando o belo corpo com um biquíni amarelo, ou azul?, um sudário
Para o meu cadáver, que agora, ainda a buscava... e, segui, boiando.

Visões e visões tive até que uma fragata pousou sobre mim e os olhos
Furou com doloridas bicadas causando-me dores atrozes, até eu jazer.
De tudo ficou vagas lembranças de um corpo bronzeado e sinuoso
Coberto por um biquíni amarelo que muito, muito pouco, me deu prazer.

         


quinta-feira, 5 de novembro de 2015

A PAIXÃO E A INTELIGÊNCIA


A paixão e a inteligência são tão equidistantes quanto
O Sol e a Lua.
A paixão acomete os crédulos nos sentimentos alheios,
Como se eles realmente fossem verdadeiros.
São almas que estão à deriva de um grande e real amor,
E, por isto, se entregam de corpo e alma, sem prever as consequências
Futuras; os desenganos e as decepções que certamente virão em
Algum momento deste doentio relacionamento.
A paixão é momentânea, é como a fogueira acesa com palhas e,
Nunca com madeira de lei. É impossível desejar que a paixão permaneça.
É o mesmo que pedir lume à fogueira extinta.
Geralmente os que se declaram no ardor da paixão um dia, não importa, quando,
Causarão uma decepção incomensurável no companheiro (a) sem se importunar
Se estão sendo ferinos; impiedosos e, muitas vezes , sem escrúpulos nos atos
Praticados para alcançarem os seus intentos, que geralmente são malévolos.

Já  Inteligência, permite que se faça uma escolha saudável de um grande amor.
Ela, também permite que o coração não se torne roto, maltrapilho e inerte.
Pessoas inteligentes sabem distinguir o galanteador falso do honesto.
Eu, sei, que é muito difícil escapar da "lábia" de um doador de flores,
Ou, de castelos; ou, então de uma vida regada a sonhos e imenso amor.
Ah, quisera Deus que estes enganadores de corações paguem suas maldades...
Mas... FICAM AQUI DOIS SÁBIOS DITADOS POPULARES:


"EM CADA CABEÇA, UMA SENTENÇA".

" A CADA ALMA, SUA PALMA."

A MOÇA QUE VENDE FLORES


A moça que vende flores é pobre, bela e iletrada,
Porém, com seu charme singelo vende belas flores
Para os passantes da escadaria da imponente igreja,
Após a missa matinal aos fiéis: seus compradores.


Com a cesta repleta das mais variadas flores ela exibe
Um sorriso encantador e oferece rosas, cravos e jasmins,
Dálias, petúnias e exuberantes magnólias num buque,
E, assim, de sorriso em sorriso, ela cativa a todos e, a mim.

Seu nome? Margarida e como a flor tem a tez pálida e suave,
Poderia também pelos lábios vermelhos e carnosos, se chamar Rosa,
Ou, então, Dália, pela frescura que exala de sua pele clara e jovem,
Mas eu, sempre preferi chamá-la de Orquídea, pela beleza exótica.

Acostumado a vê-la todos os domingos e sempre comprar uma flor,
Que ela, me entregava com as mãos trêmulas, talvez, envergonhada,
Não a vi neste último domingo e isto me fez sentir um certo pavor
De que a mesma não mais viesse nos presentear com sua singeleza.


E, assim se passaram alguns meses sem que a florista aparecesse.
Até, que, num domingo qualquer, ela estava aos pés da escadaria
Com a cesta de flores e num dos dedos da mão uma resplandecente
Aliança que fazia concorrência com o amarelo de uma margarida.


Trêmulo de emoção pedi um buque de rosas amarelas e titubeante
Perguntei sem maiores preâmbulos: A moça jogou o malmequer?
Sorrindo ela me entregou as flores e disse num ímpeto exultante:
" Moço,  conheci o amor e hoje já não sou mais moça... Sou Mulher".

Ainda hoje, quando quero presentear um novo amor, uma nova conquista
Procuro nas escadarias da igreja a MULHER mais bonita, uma nova flor
E, recebo de suas mãos sempre as mais belas flores numa suave carícia
Embora, não a chame de orquídea, mas sim, uma SENHORA, de valor.


quarta-feira, 4 de novembro de 2015

UMA ALMA SEM SOMBRA

Do "deus" dos meus dias restou apenas uma alma sem sombra;
Um espectro de homem que soube ser um grande artista.
Enganou a todos com seu fácil "charme" e com ele compra
Os tolos que iludidos acreditam em sua tendência vigarista.

Sutil, soube engabelar os corações famintos de afetividade,
E, tendo-os, em suas mãos, nunca se apiedou de coração algum.
E, assim, viveu, uma vida miserável impelida pelas crueldades,
Impostas a quem caísse em sua rede: uma tara, incomum.


"Deus" de barro um dia se quebrou em sua própria insanidade
Quando não suportou ser preterido pela mulher que desgraçou,
E, que, pensava tê-la presa em seu jugo de demente perigoso.

Ah, diz o ditado popular que a Lei do retorno é implacável e fere
Com impiedade aquele que dela ri, gargalha e muito zomba.
A esse homem, o destino reservou: Uma alma sem sombra.


segunda-feira, 2 de novembro de 2015

O CABARÉ

O cabaré fervia no vaivém das almas perdidas e infelizes
Que transitavam como espectros de almas humanas.
Ora, iam para uma mesa e bebiam uma dose de uísque,
Ora, sentavam em cadeiras e traziam ao colo as damas.

Damas que se travestiam em prostitutas e se ofereciam
Ao primeiro que lhes pagasse uma bebida ou, um presente
Que fosse: linda pedras reluzentes que no escuro brilhavam,
Ou, moedas de prata; bijuterias que as deixavam contentes.

Dentre uma mesa e outra ao som do piano de notas melancólicas
Eu seguia em busca da "princesa" que me fizesse voltar a sonhar
E, na busca, bebia uma dose de absinto e procurava com arguto olhar,
A mais bela; nunca a mais pura, e seguia, na procura insólita,

Ansioso em ter nos braços a "dama", a mais requisitada pelos bêbados.
As luzes se apagaram e sozinho permaneci  no bar tomando um gim.
Dos olhos lágrimas escorreram até que uma carícia, um leve afago
Secou-as e ao me voltar deparei com uma prostituta que me disse: SIM.

Sim, a última das perdidas da noite me elegeu para ser o seu amante
Nesta noite em que os desenganados procuram a sorte, e têm a férrea fé,
De que não irão embora sem que uma delas beije o seu falo vibrante.
Enfim, fui infinitamente feliz num aposento mirrado no fundo do CABARÉ.



PARA UM AMOR QUE JAZEU

Adeus companheira de longas e longas aventuras
Onde compartilhamos alegrias e raras tristezas.
Tivestes sempre em mim o norte e a ventura
De ser amada como o é a mulher da realeza.

Fomos pela vida afora um casal de amantes felizes
Que se amavam doidamente em alcovas tantas.
Porém, atendendo a sina de trair cometeste um deslize
E, se entregastes de corpo e alma para orgias levianas.


Eu sei que a dor da traição desaparecerá como a tempestade
Que assola as árvores; quebra os galhos e, depois, se vai...
Vai-te entregar sem orgulho ou pudor o seu desejo que se esvai


Nos poros suados, quando outro, te possuir, imbuído de leviandade.
Sei e bem sei, que, um dia te arrependerás da sina de agruras,
E, chorarás, recordando, nossas noites, de ternas aventuras.

domingo, 1 de novembro de 2015

O SINO

O sino na torre da imponente Matriz
Soava as seis badaladas anunciando a missa
Que atraía as  senhoras e as meretrizes
E, mesmo as almas que se faziam omissas.

O padre sempre benévolo aceitava seus cordeiros
Independente se tinham pecado contra a moral.
Assim, lado a lado, ajoelhavam fiéis forasteiros
E, oravam, pedindo ao Criador o perdão final.

Uma tarde, antes da missa começar vislumbrei
Duas senhoras de vidas paralelas e equidistantes:
A primeira quando retirou o véu preto notei
Que tinha o s olhos úmidos e triste o semblante.

A segunda, vestida de um vestido de brilho; cor de carmim,
Não trazia nenhum véu que cobrisse os lábios carnosos
E, tinha os olhos vivos e, no colo ,uma flor de jasmim.
Era, sem dúvida, mais feliz do que a de véu negro.

Por um amigo fiquei sabendo que a sisuda era infeliz
E, que nunca amou em sua vida de austeridade doentia.
Já, a segunda, muito amou e amou, enquanto meretriz,
Das noites de orgias,  em que vendia suas carícias.

O sino soou as seis badaladas anunciando a missa
E. lá estava a meretriz ajoelhada frente ao púlpito.
Curioso, procurei a "velha" senhora de preto, vestida,
Não a vi. Soube depois que de desgosto tinha morrido.

QUINDIM, BEIJINHOS E BRIGADEIROS

Meu primeiro amor com seus treze anos
Adorava ir às festas de aniversário de crianças
Para se deliciar com os doces e folguedos
Onde ela, bela menina, se divertia com as festanças.

Nestas festas eu a acompanhava e servia de garçom
Para atender seus desejos de provar as guloseimas.
Com esmerada esperteza eu tirava os bombons
Da mesa onde ficavam os doces e as balas coloridas.

Porém, de todos os doces ela adorava somente três
E, me fazia, "roubá-los" em investidas seguidas,
Como um servo, ou melhor, um ladrão sorrateiro.


"Cara de pau" eu ia, pé ante pé, até as bandejas de doces
E, surrupiava, sem medo de ser flagrado as doces iguarias,
Que eram os apetitosos quindins, beijinhos e brigadeiros.