sexta-feira, 5 de outubro de 2018

PROSEANDO & PROVANDO... DE POESIA


ÁSPIDE

Era bela! Para mim foi a mística Cleópatra.
Tinha a formosura e o porte da rainha do Egito,
E, a sensualidade de infinitas Messalinas.
Era Estonteante! Porém, maldigo o seu destino.

Conheci-a em um cabaré de ínfima categoria
Reinando dentre as cortesãs de corpo mirrado.
Dançava ondulando o ventre e a carne tenra
Atraindo para si os olhares de homens desvairados.

A fumaça de infindos cigarros a tornava mais etérea
Como se uma estrela brilhasse no negrume infecto.
Na penumbra sobressaíam as bijuterias baratas
Que adornavam o corpo nu e os seios pétreos.

Era tremendamente bela em seus sensuais rebolados
Que me atraíram em um redemoinho de paixões.
Por ela me desnudei das glorias e me fiz escravo
E, por um tempo fui seu súdito, desdenhando as razões.

Priscilla, a minha Cleópatra, por um tempo me subjugou
Fazendo-me o seu "Marco Antônio", o seu fiel amante.
Ah!, quimeras vivi, não sabendo que vivia apenas o "jogo"
Encetado pela deusa do cabaré e, não, o amor inebriante.

Os anos se passaram e a dor do avilte me fez cruel
Um assaz assassino ávido da vingança férrea e doce.
Por noites e noites insanas bebi a sua morte em fel.
Por dias e dias desvairados vivi dopado... insosso.

Porém, como a paz não logrou se afastar de mim,
Dei-lhe de presente o monstro que desenhei na lápide:
Uma serpente pequena, dentro do sutiã cor de carmim...
E, saboreei a vingança nas presas da pequena ÁSPIDE.

POEMA RETIRADO DO LIVRO A SER PUBLICADO : UMA MULHER INTRIGANTE
ALDO AGUIAR - 2018

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