Nunca quis ser flor; sempre optou por ser botão e,
por isso, nunca abriu.
Quando pôde ser ostra, preferiu a união das conchas e,
assim, unida, não permitiu que a sua pérola visse o mundo.
Uma vez, sentindo-se estrela, seguiu de rastro por dentre
o negrume do Universo e sumiu por detrás de um astro.
Um dia, teve a oportunidade de ser a preferida do harém,
porém, acanhada, fez-se sombra projetada no vão escuro da tenda.
Ensimesmada, retraiu-se em posição fetal e,
enrodilhada, procurou refúgio no abismo das desventuras.
Lídia, bela mulher que um dia resolveu não ser feliz e,
Infeliz, tornou-se pupa eterna, ao invés de ser borboleta efêmera.
Por um ensimesmamento, Lídia, deixou de amar e se fez rocha.
Um século se passou... Um dia, munido de um cinzel deparei
com a Lídia- Rocha, ou, Rocha-Lídia e, com entalhes vigorosos,
Esculpi uma estátua de uma mulher bela e sedutora: Lídia...
Uma fada esvoaçou sobre ela e bafejou em suas narinas e,
Num átimo a estátua ganhou vida e eu, ganhei a bela mulher...
Hoje, pelo amor, Lídia não fica mais ensimesmada...
É flor entreaberta;
É ostra exibindo sua pérola;
É estrela brilhando no Universo;
É a rainha do harém,
É borboleta dardejando dentre as flores
É Lídia...
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