quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

A SÂNHA DO SONHADOR JOSENILDO PALHARES.


Era um sonhador e tinha uma sânha: namorar a mulher mais bonita do bairro.
Do bairro onde nasceu, cresceu e se tornou homem; um homem deveras bonito e bem sucedido na vida.
Na vida, sempre teve mais de uma escolha: na profissão; nas amizades; nos estudos... enfim, sempre pôde decidir o que lhe era melhor.
Melhor do que estava não tinha jeito de ficar e, assim, sortudo só podia continuar a ser feliz.
Feliz, viveu até o dia em que conheceu a mulher mais bonita do bairro: a  Elisângela.
Elisângela reverberava pelos poros da pela macia, morena e perfumada a elegância e altivez de uma rainha.
Rainha do bairro esnobava os pobres rapazes que sonhavam com as suas carícias e algo mais.
Algo mais chamou a atenção do esnobe Josenildo Palhares.
Palhares nunca recebeu um não de qualquer mulher que fosse; bela ou feia; gorda ou magra; rica ou pobre; negra ou branca, todas lhe acenavam com promessas de fantasias mil.
Fantasias mil, Josenildo passou a sonhar quando ela cruzou o seu caminho numa noite fria.
Fria e distante ela se mostrou para ele e este desprezo aguçou o seus dotes de conquistador.
Conquistador, saiu à caça da deliciosa fêmea, já antevendo o regalo da carne tenra e trêmula.
Trêmula e excitada ficou sua alma quando o coração deu o sinal de partida para a conquista.
Conquista fácil?, pensou ele, e partiu para a arremetida tal qual um bólido desgovernado.
Desgovernado e totalmente avariado sentiu-se ele, quando ela nem ao menos se dignou fitá-lo.
Fitá-lo em trapos e abatido como um cão sarnento eu o fiz e, senti, um gosto de vingança.
Vingança de um dia ele ter se apossado da minha namorada com promessas vãs.
Vãs tentativas fez o derrotado galã de não portar-se como homem ferido em seu orgulho.
Orgulho de caça vencedora mostrou no belo rosto a bela mulher que venceu a sânha do Josenildo.
Josenildo a partir de então passou a não ter mais sânha e nem mesmo a sonhar.
Moral da História:
QUEM SONHA COM SÂNHA, NÃO SÂNHA SONHO REALIZÁVEL!

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