ALMA INSONE
CHOVE, TORRENCIALMENTE NESTA NOITE
DE INSÔNIAS DORIDAS.
TENHO A ALMA AGONIADA E SILENTE,
ESCONDIDA, ENRODILHADA NO RECÔNCAVO
DO PEITO FERIDO, DO CORPO AUSENTE.
CHOVE! DOS MEUS OLHOS ESBUGALHADOS,
SALTADOS NAS ÓRBITAS, RIOS BROTAM,
ESCORREM E SE PERDEM NO OCEANO REVOLTO
DAS SAUDADES. NOITE INSANA...
SAUDADE INSANA... ALMA INSONE...
RIO, LEVA-ME CONTIGO.
SAUDADE DE TI.
INCONGRUENTE
NÃO TENHO O QUE SINTO,
NEM SINTO O QUE TENHO,
TENHO O SENTIDO DE SENTIR
SEM SENTIR O SENTIDO DE TER.
TENDO, SEM SENTIR O QUE SE TEM,
SENTINDO TER O QUE NUNCA SE TEVE,
TEVE-SE O SENTIMENTO DE HAVER SENTIDO...
SENTIDO VAZIO DE SENTIR-SE TENDO.
E,ASSIM, SENTINDO SEM SENTIDO ALGUM,
TENDO SEM TER O QUE PENSA QUE SE TEVE,
TIVE, OU NÃO TIVE, QUE SEI EU O QUE TENHO?,
AS INCONGRUÊNCIAS DE SER O QUE NUNCA FUI.
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