terça-feira, 5 de março de 2019

PROSEANDO & PROVANDO ... DE POESIA




O CONVENTO


O PAREDÃO DE PEDRAS SUJAS, SECULARES E DISFORMES,
SEPARA O MEU CORAÇÃO ÍMPIO DO CORAÇÃO SANTO,
DAQUELA QUE UM DIA LOGROU SE LIBERTAR DOS ALGOZES
PECADOS, QUE ME IMPELIAM PARA UM AMOR PROFANO.


AMEIA-A OU PENSAVA QUE A AMAVA NO MEU MODO LASCIVO
DE ENTENDER O AMOR COMO UMA EXPLOSÃO DE LUXÚRIA.
POR INCONTIDAS VEZES ELA CHORANDO PEDIA-ME CARINHO,
E RELUTAVA EM ACEITAR AS MINHAS CARÍCIAS ESPÚRIAS.


ANIMAL ENSANDECIDO, EU A POSSUÍA COM ÍMPETOS FAMÉLICOS,
INDIFERENTE À DOR QUE NELA CAUSAVA PELA INSENSATEZ
DE A TER SUBMISSA AOS MEUS DESEJOS NO QUARTO DESERTO,
ENQUANTO ELA GEMIA E CLAMAVA POR UM POUCO DE LUCIDEZ.


TALVEZ, CANSADA DE SER HUMILHADA POR ESSE ANIMAL DOENTIO,
ELA, NUMA NOITE GÉLIDA, ME ABANDONOU NO LEITO DE PECADOS,
E PROCUROU REFÚGIO OU PAZ PARA P SEU CORAÇÃO FERIDO,
DENTRE AS MURALHAS ONDE AS PORTAS BARRAM OS DESGRAÇADOS.


HOJE,BEM SEI, QUE O GRANDE AMOR DE MINHA VIDA ESTÁ EM PAZ
COM OS SEUS SENTIMENTOS E, DE MIM, NÃO RECORDA OS MOMENTOS
QUE PASSOU AO MEU LADO, QUANDO A DEVORAVA COMO UM LOBO VORAZ.
LIBERTA, FOI MULHER ULTRAJADA; PRESA, É UMA SANTA, NO CONVENTO.


DO LIVRO: " DE VOLÚPIAS, ÊXTASE E LUXÚRIAS"
ALDO AGUIAR
EDIVALE

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