sábado, 23 de julho de 2011

AS NÚPCIAS DE NAIARA II

Naiara é rainha.
Naiara reina absoluta entre os Beduínos e Babuínos.
Naira reina com as tâmaras; sedas e pedras preciosas.
Em algum lugar do deserto um Babuíno grunhe uivos roucos.
Dentre os lençóis finíssimos de seda um jovem Beduíno geme.
A rainha sabe que o perfume que exala do seu corpo nu embriaga os animais.
Súditos; escravos e Emires sonham com a pele lépida da rainha.
O sol abrasador provoca um marasmo nos seres viventes do deserto.
Dunas encorpadas evoluem em formas sensuais impelidas pela aragem da tarde.
Tarde demais para os viajantes e peregrinos que queriam contemplar a princesa.
Naiara é rainha.
O ventre de Naiara pulsa ao ritmo frenético de outro ventre e arfa buscando a vida.
Vida que se desenvolve no ventre da rainha.
Um presságio mau reina dentre os Beduínos e, benéfico, dentre os Babuínos.
Naiara em processo de gestação refulge de alegria e felicidade.
Um príncipe Beduíno clama para si a orgem da vida que está prestes a explodir.
Um rei Babuíno clama para si a a origem da vida que está prestes a explodir.
Naiara, somente ela, sabe se o rebento viverá nas dunas ou nas tendas.
As núpcias de Naiara constituem o sortilégio que encerra as sombra do deserto.
Bedúíno e Babuíno... amantes enrodilhados no corpo sedutor de Naiara.

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