terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

O OCEANO QUE NÃO ME QUER!



De nada adiantou eu me atirar nas águas revoltas do oceano...
Ele me regurgitou nas areias tépidas da praia.
De nada adiantou eu naufragar em vagas gigantescas...
Elas me expeliram de encontro às rochas como seu eu fora saco de lixo.
De nada adiantou eu boiar nas espumas que se quebram nas pedras do farol...
Elas me esfacelaram em mil pedaços como seu fora uma nau avariada.
De nada adiantou eu me disfarçar em ostra e me prender aos recifes...
A água expelida em torvelinhos pelas baleias me arrancou e me destruiu.
De nada adiantou eu me disfarçar em polvo e me prender num mastro podre...
Um redemoinho de água formado pela passagem de um tubarão me desnudou e fui sua presa.
De nada adianta, quando se é nada!
Nem mesmo o oceano me quer para si!
Ser o que se não é, é querer ser o que nunca se será!
Sou, sim, o que não fui e desde que tive essa certeza, procuro fugir do oceano...
O oceano que não me quer é a vida que me repele.
Quem pensa o oceano que é?
Por eu nada ser, não dou a mínima para ele.
Tchau, oceano...

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