sábado, 24 de maio de 2014

UM DESARRANJO DE FLORES!


Pela manhã e tarde colhi flores silvestres
Belas e perfumadas para compor um arranjo.
Pela noite a dentro trabalhei como um mestre
Do pincel que compõe os detalhes de um anjo.


Fiz-me artista escolhendo as flores mais coloridas
E, pacientemente fui as colocando no cesto de vime.
Era madrugada alta quando terminei a obra escolhida
Para presentear uma jovem de rara e simples beleza.


Amanheceu o dia e eu pus-me a fitar o radioso cesto
Com que almejava conquistar o coração da estrela maior.
Por várias vezes a tinha visto apanhar flores a esmo
Portanto, separei as flores em cada uma, pela sua cor.


Era meio dia quando ela se aproximou do banco onde me sentei
Tendo o coração em sobressaltos pela decisão em presenteá-la.
Como sempre o fazia, deu-me um rápido "olá" e, então, perguntei:
_ Aceita este arranjo de flores? (A maneira que encontrei de galanteá-la).



Abrindo o mais belo sorriso apanhou o "arranjo" e se pôs a cheirá-lo
Fazendo com os belos lábios "Hum,hum,hum" e as flores foi retirando
E, jovial, as devolveu ao cesto: margaridas, dálias, amores-perfeitos e cravos.
Num átimo beijou-me a face e seguiu deixando no banco um cesto em desarranjo.

segunda-feira, 19 de maio de 2014

A PORTA



Toda vez que passava frente à porta, estava semicerrada,
Dando passagem o suficiente para uma nêsga de luz titubeante
Que desvirginava a penumbra reinante na alcova perfumada
Onde sonhos e desejos nasciam e esmaeciam pela madrugada.


Nunca senti coragem para descerrá-la e ver os mistérios
Que lá certamente ocorriam no entra e sai de homens
Que pagavam por momentos de prazer no afã dos assédios
E, satisfeitos, saiam, após esgotarem nela, seus semens.

Raramente eu a via e tinha dela o desejo de possuí-la
Embora não tivesse a coragem para expor o meu intento
Por julgá-la frágil e pura... uma mulher sem mácula.
Ah!, ledo engano... o meu coração se fechou em tormento.


Sim, em tormento depois que a vi nua, desfalecida e ofegante
Na cama onde os lençóis se enrolavam como serpentes pérfidas
No corpo arranhado pelos dentes de infindáveis amantes
Nessa noite em que intrépido resolvi abrir a porta odiosa.


Num instante ela gargalhava; em outro,chorava amargamente
Como se a loucura tivesse se instalada em sua alcova perfumada.
Com passos largos retrocedi da enigmática e triste imagem
De uma mulher bela em sua pose, porém, tendo a alma, desgraçada.


Voltei pra o meu quarto, sem antes, porém, semicerrar a porta
Onde uma nêsga de luz penetrava sem fazer nenhum questionamento.
Afinal, o que me importava se para os homens ela era a "Messalina"?
Se para mim, apesar de tudo, ainda era do meu coração, o TORMENTO.



UMA ROSA ( MINICONTO)



ELE OUVIU A TARDE TODA "LA VIE EN ROSE".
SOBRE O CAIXÃO "ELA" DEPOSITOU UMA ROSA EM SEU PEITO!

domingo, 18 de maio de 2014

ELEIÇÃO PARA RENOVAÇÃO DE 2/3 DO CONSELHO DO TCC

Caro amigo leitor:
Caso você seja sócio do TCC peço o seu voto para a eleição do Conselho. Sou candidato e tenho ótimas ideias para o nosso clube, principalmente na área literária.
A eleição ocorrerá no dia 7 de junho a partir do meio dia até às 22 horas.
Desde já, obrigado
Aldo Aguiar

quarta-feira, 7 de maio de 2014

É ELA! É ELA! É ELA...



O baile já corria solto pelo salão encerado e escorregadio
Enquanto eu, sentado à mesa, tinha a alma na passarela.
Entre um casal ou outro que dançavam o suave rítmo
Meu olhos a cada mulher que viam,eu dizia: é Ela, é Ela.

O "croner" se esmerava nos sambas, valsas e boleros
Inundando o salão com sua voz maviosa,caliente e bela.
Entre um trago e outro de wisk eu apreciava os ternos
Que vestiam os cavalheiros e ao ver um rosto eu dizia:é Ela, é Ela.

Porém, cada casal que entrava era mais uma decepção
Bastava um piscar de olhos ou mesmo uma olhadela
Para verificar que a "dama" não era a dona do meu coração.
E,então, eu falava baixinho... agora só pode ser Ela.

Pela noite a dentro eu a procurei dentre os casais enamorados
Que rodopiavam em passos sensuais acompanhando a orquestra
Tocando uma seleção de boleros ocasionando beijos roubados
Enquanto eu, perambulando pelos salão dizia: é Ela, é Ela.


Madrugada alta, quando já desistia da mulher que me enfeitiçou
Eis, que entra no salão uma mulher usando uma "echarpe" amarela.
Estupefato, reconheci-a, como sendo a cabocla que em um baile desfilou
Sua sensualidade e me fez escravo de seu amor... sim, era Ela.


Por segundos, pensei em me aproximar do troféu à minha frente
Quando um homem de grossos modos sentou-se e mostrou ser dono dela.
Tirou-a para dançar e de sua bela mão pude ver a aliança reluzente
Petrificado pela "maldita" aliança balbuciei: não importa...É Ela.


Antes de o baile terminar reuni forças e pedi ao excelente "croner"
Que cantasse para nós a música que nessa noite me deixou sequelas:
"CABOCLA" e, me sentindo derotado saí do salão sem ela, eu, a ver,
Cantorando: " Cabocla os seus olhos estão me dizendo..." E, eu disse: É ELA.