quarta-feira, 7 de maio de 2014

É ELA! É ELA! É ELA...



O baile já corria solto pelo salão encerado e escorregadio
Enquanto eu, sentado à mesa, tinha a alma na passarela.
Entre um casal ou outro que dançavam o suave rítmo
Meu olhos a cada mulher que viam,eu dizia: é Ela, é Ela.

O "croner" se esmerava nos sambas, valsas e boleros
Inundando o salão com sua voz maviosa,caliente e bela.
Entre um trago e outro de wisk eu apreciava os ternos
Que vestiam os cavalheiros e ao ver um rosto eu dizia:é Ela, é Ela.

Porém, cada casal que entrava era mais uma decepção
Bastava um piscar de olhos ou mesmo uma olhadela
Para verificar que a "dama" não era a dona do meu coração.
E,então, eu falava baixinho... agora só pode ser Ela.

Pela noite a dentro eu a procurei dentre os casais enamorados
Que rodopiavam em passos sensuais acompanhando a orquestra
Tocando uma seleção de boleros ocasionando beijos roubados
Enquanto eu, perambulando pelos salão dizia: é Ela, é Ela.


Madrugada alta, quando já desistia da mulher que me enfeitiçou
Eis, que entra no salão uma mulher usando uma "echarpe" amarela.
Estupefato, reconheci-a, como sendo a cabocla que em um baile desfilou
Sua sensualidade e me fez escravo de seu amor... sim, era Ela.


Por segundos, pensei em me aproximar do troféu à minha frente
Quando um homem de grossos modos sentou-se e mostrou ser dono dela.
Tirou-a para dançar e de sua bela mão pude ver a aliança reluzente
Petrificado pela "maldita" aliança balbuciei: não importa...É Ela.


Antes de o baile terminar reuni forças e pedi ao excelente "croner"
Que cantasse para nós a música que nessa noite me deixou sequelas:
"CABOCLA" e, me sentindo derotado saí do salão sem ela, eu, a ver,
Cantorando: " Cabocla os seus olhos estão me dizendo..." E, eu disse: É ELA.




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