sábado, 24 de maio de 2014

UM DESARRANJO DE FLORES!


Pela manhã e tarde colhi flores silvestres
Belas e perfumadas para compor um arranjo.
Pela noite a dentro trabalhei como um mestre
Do pincel que compõe os detalhes de um anjo.


Fiz-me artista escolhendo as flores mais coloridas
E, pacientemente fui as colocando no cesto de vime.
Era madrugada alta quando terminei a obra escolhida
Para presentear uma jovem de rara e simples beleza.


Amanheceu o dia e eu pus-me a fitar o radioso cesto
Com que almejava conquistar o coração da estrela maior.
Por várias vezes a tinha visto apanhar flores a esmo
Portanto, separei as flores em cada uma, pela sua cor.


Era meio dia quando ela se aproximou do banco onde me sentei
Tendo o coração em sobressaltos pela decisão em presenteá-la.
Como sempre o fazia, deu-me um rápido "olá" e, então, perguntei:
_ Aceita este arranjo de flores? (A maneira que encontrei de galanteá-la).



Abrindo o mais belo sorriso apanhou o "arranjo" e se pôs a cheirá-lo
Fazendo com os belos lábios "Hum,hum,hum" e as flores foi retirando
E, jovial, as devolveu ao cesto: margaridas, dálias, amores-perfeitos e cravos.
Num átimo beijou-me a face e seguiu deixando no banco um cesto em desarranjo.

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