segunda-feira, 28 de julho de 2014

OS TEUS OLHOS


Os teus olhos são duas janelas escancaradas para o negume da noite insondável onde, por elas passo e adentro em um mundo desconhecido para mim.
Albino de emoções divago como um peregrino sem bússola e trôpego percorro alamedas que não me trazem sensação alguma.
Mesmo que quisesse não teria condições de chegar em lugar nenhum, pois, os olhos e a alma se recusaram a me acompanhar.
Somente o coração, esse amante idiota, é que exigiu que mergulhássemos em sendas insondáveis.
Já há mais de um século que tento sair do labirinto em que a noite se transformou e, retornar ao mundo de onde não deveria ter saído.
Por duas janelas escancaradas; duas armadilhas fatais, me encontro perambulando como um espectro numa noite carregada de temores e deilusões.
Se um dia voltar, espero, descerrarei as pálpebras desses olhos negros e traiçoeiros e assim, não permitirei que outro incauto como eu, mergulhe no vazio repleto de desilusões.
Mulher fatal, peço-te: Arranca esses olhos lindos, pretos e inundados qual um oceano de promessas de um amor eterno.
Ah, por uma eternidade me fiz escravo desses olhos e, hoje, me vejo acorrentado a grilhões da desesperança e das mentiras.
Os teus olhos...

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