terça-feira, 12 de setembro de 2017

O ESPANTALHO

Sempre fui espantalho altivo, soberbo, de searas tantas,
Como tantas, são as estrelas, que reverberam, no céu infinito.
Vivo como um totem, alinhado com o sol e, caído, na noite escura,
Mas, a despeito,de tamanha indiferença, sigo, o meu destino.

São searas de amores desfeitos; de desilusões já anunciadas,
Que foram semeadas e medraram no jardim da minha credulidade.
Sim, sempre cri, que o amor, era fiel, quando se anunciava,
E, tolo, mergulhava nas sensações, embora, fossem, inverdades.


Fui amante, sem nunca o ter sido, nem mesmo quando exultava
De felicidade, pelos beijos que recebia nas noites enluaradas.
Assim, vivi, incrustado, numa plantação de reais fracassos,


Ao sabor das intempéries que se deliciavam em me infligir dores.
Fui amante servil, companheiro fiel, e ela me pagou em desamores.
Hoje, nado sou do que pensei que seria; sou sim, um triste, ESPANTALHO.




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