segunda-feira, 19 de fevereiro de 2018
PROSEANDO & PROVANDO... DE POESIA
CALHANDRA
Quando a calhandra cantar ao alvorecer
E de mim sua alma soturna se despedir,
Creia-me, mulher querida, meu corpo irá jazer
No sepulcro da saudade e, sepulto, terá a alma a exaurir.
Calhandra, não cates, peço-te tristonho,
Aquietas-te em teu refúgio nas ramagens floridas,
Pois, não te ouvindo, não despertarei dos meus sonhos
E permanecerás então comigo a mulher de minha vida.
Mas impõe-te cantar o destino inexorável,
Desapiedado do triste destino do meu desterro.
Pela campina verdejante , ecoa o teu canto afável.
Canta calhandra, canta; não te impostes com o meu chorar,
Deixe a de mim, amante infeliz, dar o adeus nos acenos...
Acenos que se perdem e se confundem com o meu muito penar.
DO LIVRO: CONFIDÊNCIAS DA ALMA
EDIVALE - 1988
PÁGINA 51
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