terça-feira, 28 de dezembro de 2010

O POEMA DO BÊBADO GRANDILOQUENTE

Trago comigo dores e desilusões e trago goles de absinto;
Sinto no corpo maltratado o perfume do líquido abrasador;
Dor do que fui e que hoje não sou... trago vestígios e, trago.
Trago aos borbotões e trago as vísceras em fogo de ardor.

Trago líquidos que me corroem e, bêbado, trago dores atrozes.
Curvado o corpo, cambaleio e, leio o discurso que fiz e, que trago:
"Trago dentre os mil tragos a ânsia de tentar olvidar o vício feroz
que trago no meu âmago: o vício da volúpia dos tragos exóticos e baratos:

Trago o desprezo por ambrosias,porém, trago e me delicio pelo fel
Que escorre pelas veias e me deixa entorpecido... deliciosamente bêbado.
Sou, dizem e repetem, um bêbado às avessas que tendo a alma doce como mel
Vitupera palavras ofensivas após os tragos que trago em ânforas de barro."

Enfim, trago a desilusão de ter perdido um grande amor... uma perda, um trago
De um líquido qualquer que me embriague; que me faça esquecer eternamente
Que um dia fui feliz. Ah!, nada mais que quimera, apenas um sonho sem lastro.
Trago absinto e termino o poema: "O POEMA DO BÊBADO GRANDILOQUENTE!"

Nenhum comentário:

Postar um comentário