quinta-feira, 9 de maio de 2013

POR UMA CAIXA DE BOMBONS








A trança enrodilhada na cabeça balouçava ao sabor do vento

Quando ela corria e saltava pela grama do jardim verdejante.

Ao contemplá-la em toda a sua alegria e a sua beleza pujante

Senti que estava sendo premiado, mas, sem saber, por, quanto tempo.



Junto a ela, pássaros, borboletas e flores rendiam homenagens

Todos numa festa de raro esplendor e intenso sortilégio,

Que, também, sentindo-me, um feliz admirador, do festim régio,

Ofereci-lhe um “bouquet” de rosas vermelhas trêmulas e selvagens.



Num impulso gracioso como se fora a mais tenra corça da floresta

Pegou e se afastou de mim, que, impassível, fiquei a admirá-la

Rodopiando e cantando pulava dentre os arbustos de folhas orvalhadas

Rindo (de mim?), fazendo trejeitos como a me dizer: - calma, espera!



Incapaz de resistir a tanta sedução, embora inundada de inocência

Perguntei-lhe num ato de extrema coragem tendo a face ruborizada:

_ Que queres de mim, para me deixar tocá-la ou então pudicamente, beijá-la?

AH,AH,AH... Risadas ecoaram pelo jardim ... atônito e louco, gritei: CLEMÊNCIA!



Sim, clemência! Por favor, clemência, supliquei-lhe nervoso e em bom tom.

Como se fora uma rainha aproximou-se de mim; desfez as tranças e se fez mulher

E, num gesto atrevido carregado de excelsa malícia, disse:- Para você me ter

É simples, basta ser poeta e... me presentear com uma caixa de BOMBONS.



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