UM GRELO MOLHADO
DEITADA no leito macio
adormecia, seminua,
Tendo apenas uma minúscula e
atrevida calcinha
Que tapava pouco, ou, quase
nada, da bela vulva
Que se projetava, como uma
pérola, da concha vazia.
PETRIFICADO pela maravilhosa
visão que me oferecia
E, incapaz, de produzir um
gesto, num ato tresloucado
Permaneci por minutos, ou
séculos, envolto na malícia
Que reinava no quarto tépido
e assaz, perfumado.
DEITADA, ressonava como se
fora a sensual Nefertite
Indiferente ao meu sexo
túrgido: uma lança em riste
Pronto para se aprofundar no
ventre idolatrado.
DO belo quadro que ora se
descortinava aos meus olhos
Sobressaía, arrojado, túmido
e febril do macio invólucro
Um botão, uma jóia, um
diamante... O GRELO MOLHADO.
Aldo de Aguiar
5-5-13
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