segunda-feira, 19 de dezembro de 2016

MAR DE ABROLHOS

Intrincável mar de abrolhos em que naufraguei
Desesperançado de ser amado por ti.
Por ti mergulhei no desconhecido mar revolto,
E, me vi, entrelaçado por liames pegajosos e impiedosos.
Pela tarde, noite e madrugada gélida soçobrei qual espuma
Que se quebra na praia e, morre, indiferente, ao Cosmos,
Que não dá a mínima para almas que não se amam e assim,
Vivem acorrentadas por intrincada rede de abrolhos.
Sim, tive no corpo uma rede de abrolhos a me possuir
Descomunalmente, malignamente e ferozmente: poderosas tenazes.
Náufrago me vi enlaçado por fibras asquerosas as quais não eram:
Os pelos pubianos que sempre protegeram o teu oásis;
As penugens da pele alva e perfumada que sempre me aconchegaram;
Os cabelos loiros ,densos, sedosos, lascivos e provocantes...
Maldita mulher que me fez desejá-la como se fora a Messalina;
Odiosa mulher que me fez sonhar com a plenitude do amor sublime;
Falsa mulher que me fez acreditar nos juramentos de amor eterno...
Abrolhos me possuem e, são frios como a veste mortuária;
Abrolhos me sufocam com seus caules impregnados de sal e desdém;
Abrolhos me seduzem e, me arrastam para o infinito abissal.
Antes de me sucumbir aos meu veerdugos ainda procuro forças
E, grito grito roucos, gritos de dor, de desilusão e de fracasso:
Malditamulhermalditamulhermalditamulhermalditamulhe... mal..dita..mu..glub...
glub..maldi...mu...lher...glub...glub...


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