domingo, 9 de julho de 2017
HORAS RUBRAS - SONETO DA POETISA PORTUGUESA FLORBELA ESPANCA, DO "LIVRO DE MÁGOAS"
Horas profundas, lentas e caladas
Feitas de beijos sensuais e ardentes,
De noites de volúpia, noites quentes
Onde há risos de virgens desmaiadas...
Oiço as olaias rindo desgrenhadas...
Tombam astros em fogo, astros dementes,
E do luar os beijos languescentes
São pedaços de prata pelas estradas...
Os meus lábios são brancos como lagos...
Os meus braços são leves como afagos,
Vestiu-os o luar de sedas puras...
Sou chama e neve branca e misteriosa...
E sou, talvez, na noite voluptuosa,
Ó meu Poeta, o beijo que procuras!
Florbela Espanca teve uma vida breve e intensa.Nasceu a 8 de dezembro de 1894, em Vila Viçosa, no Alentejo,tendo se suicidado em Matosinhos em 1930, ( JÁ TINHA TENTADO UMA VEZ) no dia do seu aniversário.
Escreveu apenas um livro : O LIVRO DE MÁGOAS.
Poetisa da dor, pela inexistência de um amor em sua vida.
Viveu em Évora, cidade Portuguesa, fundada pelos romanos.
Devo ir o mais breve possível ao País dos meus queridos poetas, Pessoa, Florbela, Camões e, tantos outros.
"A POESIA MORA EM MIM".
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Soneto que traduz, tristeza e dor. Quando estive em Portugal, visitei Évora.
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