segunda-feira, 9 de julho de 2018

RELÍQUIAS

Hoje, após tanto tempo, trago arraigado na alma
Três relíquias que de ti, roubei, antes do adeus,
E, que me fazem companhia nas noites fantasmas
Tornando mais suaves os tristes e cinzentos dias meus.

E, tudo aconteceu num arroubo de extrema intrepidez
Quando, num momento de dor lancinante me vi exaurido
Na crença de que sendo afoito, alheio da idiota lucidez
Poderia me apoderar de lembranças de um corpo despido.

E, assim o fiz. Com gestos trêmulos apoderei-me ,sem titubear,
Das três relíquias, que hoje, amenizam o meu triste calvário,
Embora, suas posses só fazem aumentar o meu doído fadado...

Três relíquias... objetos que me trazem dela o desejo de amar.
São eles: o lenço manchado de baton carmim; o rayban quadrado
E, o mais sublime... um fio de pelo sedoso, do púbis rosado.

O primeiro poema criado após a doença terrível que me acometeu.
Foram oito meses sem inspiração... Volto a ser poeta.
Taubaté, 9 de julho de 2018


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