domingo, 15 de abril de 2012

A TEMPESTADE

A tempestade chegou e, ficou!
Antes mesmo de chegar mandou seus mensageiros
anunciarem a sua vinda.
Assim é que:
Ventos e ventanias;
Raios e trovões;
Nuvens escuras e trevas;
Poeira e folhas quebradiças;
Galhos e telhados...
Todos, escravos da tempestade, se fizeram presentes.
E, ela, chegou de forma possessa:
Derrubou casas e edifícios;
Rachou pelo meio árvores frondosas e seculares;
Arrastou homens, animais e insetos;
Destruiu plantações e arrebentou diques;
Enegreceu de forma assustadora
o céu sobre a cidade vilipendiada.
O caos tomou conta de tudo
E, neste instante Tudo se tornou Nada e,
Nada se tornou Tudo.
Ninhos e pássaros voaram sem rumo certo;
Cavalos e vacas perderam o seu Norte;
Peixes migraram para as profundezas em busca de abrigo...
No mais alto do prédio um galo de metal deixou de cantar
E, assustado, se encolheu em uma bola de aço disforme.
Não choveu!
Apenas infinitos grãos de poeira subiram aos ares e
após estranhas cambalhotas cairam sobre os cabelos
escanecidos do ancião deitado sob o banco da praça.
A tempestade alheia a tudo continuou seu intento:
Destruir os homens e suas criações materiais.
E, assim, num átimo de segundo o pesadelo se fez presente;
O desastre se fez verdugo de tudo o que tem vida;
O deserto brotou no que antes era verde e tingiu
O que restou da natureza de uma cor marrom e visguenta...
Não sei como sobrevivi, mas, sobrevivi e vi:
O inferno de Dante à minha frente e,
Desde então, tenho pesadelos descomunais.
Hoje, quando a tempestade se faz anunciar, recolho-me
ao meu túmulo e dormito... até que ela passe.

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