sexta-feira, 11 de maio de 2012

UMA MULHER TRISTE


Nunca pude fitar os seus olhos por um momento sequer...
Tentei sim ser espectador de uma realidade que jamais existiu
Vivi ilusões quando poderia viver o concreto de uma pintura,
Mas, a moldura teimava em ofuscar o belo incrustado na tela branca;
Tentei olhar o invisível imaginando que assim a veria em sua plenitude;
Fui observador atencioso do irreal sem saber que a ficção me possuiu...
Era uma mulher muito triste...
O rosto, embora visível para outros olhos, se escondia de mim.
Por mais que eu tentasse, nunca vi dela senão vestígios inimaginários;
Às vezes, por uma fresta de sua alma, podia se ver o universo de tristeza
que habitava em seu âmago constantemente pontilhado de desilusões.
De tanta tristeza que exalava de seus poros eu também me fiz triste.
Chorei por uma tarde e por uma noite e ela também chorou.
De seus olhos tristes lágrimas escorreram, mas, mesmo assim, não os vi.
Era uma mulher triste...

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