segunda-feira, 16 de julho de 2012

TALVEZ SIM, TALVEZ NÃO!


Às vezes sou acometido por um sentimento de dúvida cruel, que me faz ficar em constante sobressalto. Procuro dentro de mim e fora de mim o, ou, os motivos que me conduzem a isso e, quase sempre não os identifico. Sofro como se tivesse dentro do peito um punhal encalacrado ou, então, como se tivesse nu; as roupas dilaceradas e espalhadas no caminho sem fim. São dúvidas que exigem uma resposta hábil e sincronizada com o momento em que me dizem respeito, embora, alguns, não tenham respeito comigo, Assim é que, não sei se devo ou não devo arriscar uma conduta que poderá me trazer dissabor. Quando assim fico, fico como a gazela, que não sabe se deve ou não, ir até a nascente beber água... O perigo ronda os incautos, ou, melhor, os crédulos.
Aí, fico sem ação. Se, questiono a alma do que devo fazer, ela, muito sabiamente, se exime de opinar; se, indago ao coração, o que ele faria no meu lugar, ele emudece e se restringe a pulsar, como se fosse um surdo-mudo andando à deriva no deserto. Pois bem, sem a certeza do que fazer, não o faço; me enrodilho e escondo a cabeça dentre o corpo e, fico, taciturno pensando: Para o meu bem viver, o melhor, é ir levando, na flauta, e se me perguntarem se vou ou não, eu respondo: TALVEZ SIM, TALVEZ NÃO!

Um comentário:

  1. QUE JEITO MAIS ESTRANHO DE VIVER A VIDA POETA!NOS RESTA TÃO POUCO DE VIDA PARA VIVER NA FLAUTA.A ORDEM É VIVER INTENSAMENTE E CORAJOSAMENTE.

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