terça-feira, 30 de junho de 2015

SOLILÓQUIO!


O que tenho para me dizer, o digo
Sem restrição e titubeios,
Sou autêntico naquilo que falo
E, não importo, se nisso, me enleio.

Às avessas coloco a alma e o coração
Sempre prontos para ouvir a minha voz
Se, não aceitam, pouco me importa a negação,
Se, aceitam, faço das palavras, o meu algoz.

Assim, falo ao meu âmago do que sei e não sei,
Desprovido da necessidade de ser autêntico,
Já que, sou de mim mesmo, o juíz que faz a lei
E, não o réu, que aceita o que se diz, como justo.

Não tenho o compromisso com a falsa verdade,
Que medra nos discursos dos hipócritas,
Sou sim, duro nas palavras, como duro é o jade,
E, não distinguo a ficção da realidade amorfa.

Num solilóquio que me faz a alma cativa
Vivo de mim mesmo a ditar regras incertas
Como incerto é o caminho do poeta que trilha
As sendas do real e que não se juntam, como, paralelas.

Desta maneira, sou crédulo naquilo que profetizo
Ao meu EU, que desdenha os sermões estéreis.
Sou o que Sou, e isto me faz ouvinte cativo,
De mim mesmo, de minhas plavras, sábias e férteis.



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