segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016
O PUNHAL QUE FERE SEM SANGRAR
O punhal que fere sem sangrar
É de aço e de lâmina perfurante,
Que, não deixa vestígio ao entrar,
No coração do tolo e crédulo amante.
Possui cabo de madrepérola e rubis
E, uma bainha de ouro reluzente.
Quando manejado por mãos febris
Penetra fundo, tingindo-se, de sangue.
Como o o punhal são os olhos frios
E verdes da mulher que teima em me ferir.
Usa-os com habilidade no cruel instinto
Ao me fitar tendo os lábios a sorrir.
Cada vez mais ela perfura os meus anseios
De tê-la para mim, para sempre, eternamente.
Assim, vivo com o peito, de chagas, cheio,
E, a alma, ferida, a gemer, languidamente.
Tanto o punhal quanto os olhos me são cruéis
Nesta desdita que vivo, já, por uma eternidade.
Mas, que fazer, se a sonho em lindos vergéis,
E, não importo se o punhal fere minha dignidade.
Enfim, não culpo o punhal que não me faz sangrar
Porque para o amor não existe morte sem dor.
Culpo sim, ter dado um gito; num doído esgar:
" Amo os olhos, e o punhal que fere, por desamor".
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