terça-feira, 7 de junho de 2016

UM CORAÇÃO EM DESASSOSSEGO

Um coração em desassossego não cabe dentro do peito;
É como uma colmeia de abelhas em febre de enxameação,
Ou, como, um potro em desabalado galope pelos eitos,
Ou, mesmo, um revoar de pardais em tarde de viração.

Um coração em desassossego reflete um amor perdido
No caminho longo de uma vida cruel e desditosa.
Tê-lo preso no âmago de um corpo gasto e sofrido
Faz com que a alma se lamente da sonhada vida airosa.

Um coração em desassossego mata lentamente o seu dono
Em forma de substâncias venenosas... Beijos letais.
Ah, quem me dera nunca tê-lo no meu peito cavernoso

Pulsando em descompasso célere à mercê do triste final
Que é reservado para os tolos em suas crenças banais.
Hoje, falta-me o sossego... Sou um infeliz mortal.

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