domingo, 31 de julho de 2016

BEIJOS DE FEL

Ah, saudade que mata dos beijos que ela me dava
Nas carícias que trocávamos no banco do jardim.
Era quando o alvo colo em minha boca fremitava
E, o meu coração pulsava num compasso sem fim.

Vivíamos o amor em sua magia e feliz plenitude
Acreditando que um dia, teríamos as alianças
Em nossos dedos, reluzindo para a crível finitude,
Para o compromisso fiel e a eterna perseverança.

Mas, uma noite ela me beijou com os lábios frios
Como se fossem os mármores que recobrem as tumbas.
Atônito, senti uma aguilhoada no peito e o brio
Se fez em meu rosto e, sofri, e chorei, como nunca.

Acostumado que estava com os beijos doces como o mel,
Fui tomado pela dor insidiosa da carícia acre e gélida.
Num repente soltei-a e, senti, na boca, o gosto do fel.
O líquido amargo escorreu-me pelo corpo até a alma.

Hoje, saudoso, lembro dos beijos que me levavam ao céu,
No êxtase incontido de saber ser amado...Oh, ledo engano.
Se, hoje, beijo uma mulher, beijo-a, com beijos de FEL
E, remorsos?, não os sinto... Meus beijos, são, mentiras.





segunda-feira, 25 de julho de 2016

O CRUCIFIXO DE OURO

Carla a mulher que me enredou em sua teia
Vivia duas vidas distintas e, solitárias:
Na primeira, ela era a audaz e fugaz mariposa;
Na segunda, ela era de Deus, a fiel temerária.

Vivendo vidas distintas ela se fazia odiada
Pelas mulheres que nutriam inveja e aversão.
Porém, pelos homens como eu era desejada
Para uma noite de amor e intensa depravação.

Uma noite em que rolávamos sobre o lençol carmim
Ela, gemendo como uma gata no cio e, ronronando,
Pediu que a presenteasse com um crucifixo de marfim,
Nada mais que uma bijuteria que ornasse o belo colo.

Após muito procurar pelas lojas de bijuterias mil
Acabei por decidir em lhe dar uma rara joia de ouro.
Chegou a noite e, após o embate da posse febril
Pendurei em seu pescoço o refulgente crucifixo.

Emocionada, ela, retirou-o pálida de emoção
Dizendo que ele não era para a noite de pecado
E, sim, para ser usado durante a sagrada comunhão.
Assim, Carla, escolheu o melhor uso do crucifixo.

DIA DO ESCRITOR

Hoje, 25 de julho comemora-se o DIA DO ESCRITOR. À bem da verdade não há muita coisa para se comemorar, principalmente num país onde não se cultua o hábito salutar da leitura. Muitos são os motivos elencados para justificar a pequena demanda por livros tanto de autores estrangeiros, quanto, de autores brasileiros. Fala-se muito no preço do livro, o que não deixa de ser um entrave neste país que vive eternamente em crise financeira. Realmente, tirar do orçamento já mirrado da classe menos favorecida ( a predominante) 40,00 ou mais, abala o orçamento. Mas, o que realmente pesa na negação da leitura é a inexistência do hábito de se ler. Pesquisa recente mostrou que o brasileiro não lê dois livros por ano. Também, não existe a cultura de frequentar Bibliotecas, Academia de Letras e Livrarias. Volta e meia somos surpreendidos por esta ou aquela livraria que fechou suas portas. Esperar que um escritor não conhecido e divulgado pela mídia sobreviva de suas obras é uma utopia. Eu, particularmente, escrevo desde 1989 e, o meu primeiro livro posso dizer é um sucesso de vendas: A ECOLOGIA NO SÍTIO DO TAQUARAL que já atingiu a venda de 30.000 exemplares. Para um escritor interiorano é um belo feito. Isto só foi possível pelos Projetos que fiz junto às Prefeituras Municipais, tais como: INCENTIVO À LEITURA & DESARMAMENTO INFANTO-JUVENIL e O ESCRITOR VAI À ESCOLA. Depois deste livro escrevi e publiquei mais 13 obras e, neste ano vou lançar mais quatro obras sendo duas de Ecologia e duas de Poesia. Com muito sacrifício mantenho uma editora já por 14 anos : EDIVALE - EDITORA E DISTRIBUIDORA DE LIVROS DO VALE DO PARAÍBA.
A profissão de ESCRITOR é gratificante, porém, árdua, no que diz respeito a ganhos financeiros
Mas, como diz ARNALDO JABOR; "COM LICENÇA, VOU À LUTA"... E, que assim o façam todos os escritores deste nosso imenso BRASIL.

PARABÉNS A NÓS, ESCRITORES INQUEBRANTÁVEIS.

sábado, 23 de julho de 2016

EVERESTE

Que frio! Acabei de assistir o filme EVERESTE e, confesso, que além do terror das cenas na montanha perigosa e coberta de neve, senti um frio intenso tanto no corpo quanto na alma. Fica a pergunta: Por que os homens se atiram em aventuras extremas; arriscando suas vidas, sabendo que a probabilidade de morrerem á alta? Parece que o destino já traça as linhas da vida de cada um e, ele, segue tal e qual um boi em direção ao matadouro para a sua inevitável morte. Muitas vezes, choramos a perda de um heroi de esportes radicais, embora saibamos de antemão de que é para isto que ele vive, da adrenalina do perigo iminente. Ayrton Senna sabia de cor e salteado que estava num esporte perigosíssimo; que a cada corrida sua vida corria perigo de morte e, no entanto, lutava com todas as suas forças para participar do campeonato. Assim, ocorre com milhares de esportistas tido como radicais.
O filme é interessante e baseado em fatos reais que aconteceram em 1.996. Vale a pena assisti-lo.
Quanto a mim vou me enfurnar embaixo das cobertas e dormir "quentinho". Espero não sonhar com tanto frio e gelo.

terça-feira, 19 de julho de 2016

UMA SAUDADE SEM FIM...

Dela, sinto uma saudade sem fim
Dos beijos e dos abraços ternos.
Porém, ela se afastou de mim,
E, se aninhou nos braços de outro.

Escolheu viver um amor inconstante
De um homem que por ela nada sente.
Deixou-me sem notar o meu semblante
Carregado de dor pelo amor ausente.

Ah, querida mulher por que me deixastes
Nesta solidão que consome a minha crença?,
Que me empurra para o abismo em que nasce
Os desventurados e, que vivem, na indiferença.

Sou um homem que hoje amargo a desilusão
De ter um dia acreditado que seria feliz.
Oh, ledo engano... Ferido está o meu coração.
Dela, espero um dia, não ter, uma SAUDADE SEM FIM.

segunda-feira, 18 de julho de 2016

O ESPANTALHO

Pela sua ferrenha insistência em ter uma foto
De corpo inteiro e, nunca, de três por quatro,
Me postei frente a frente de um hábil profissional
E, fiz a pose de um elegante rapazote sensual.

Sem falsa modéstia afirmo que fiquei um "pão",
Um jovem de fazer inveja em qualquer finório.
Assim, de posse da foto fui até o modesto salão,
Onde ela dançava um "fox trote" com o Osório.

Osório era um moço sem eira e nem beira e, feio
Que a cortejava nas lidas da roça à beira dos Joás.
Com o rosto afogueado puxei-a pelos braços mornos
E, a trouxe para o meu regaço como uma trêmula preá.

Sem rodeios dei-lhe a fotografia tão pretendida
Acompanhado de um beijo na boca vermelha de batom.
Num ímpeto ela apertou-a na pequenina mão suada
E, em seguida me esbofeteou produzindo alto som.

Boquiaberto, refiz-me do susto e desapareci do baile
Indo aquietar minha alma num copo de "rabo de galo".
Porém, o meu infortúnio não sumiu nos ardentes goles
Da bebida que queimava-me a garganta... o meu sudário.

Dela, nunca mais tive notícias; escafedeu-se pelos ermos.
Uma tarde enquanto vagava sem rumo, um andarilho em frangalho
Deparei com uma estátua no meio de um milharal formoso,
Firmando dos olhos vi que, do retrato, ela me fez, ESPANTALHO.




segunda-feira, 11 de julho de 2016

STEPHEN HAWKING ... POR FAVOR, SALVE-ME!

Sim, apelo para o genial cientista dono do cérebro mais privilegiado deste planeta para me salvar. Não quero mais viver aqui, neste planeta infestado de ladrões de elevado nível intelectual voltado para o mal. Não aguento mais assistir o Jornal Nacional e ficar sabendo das aberrações cometidas pelas autoridades judiciais que se comprometeram a aplicar a justiça.É um samba do crioulo doido. A Justiça Federal manda prender... os Desembargadores mandam soltar.
Larápios que desviaram milhões de dólares saem das cadeias e vão cumprir pena em suas mansões. É um saco de gatos o que estamos vivenciando dia a dia. Estou ficando neurótico e sentindo uma saudade enorme quando ouvia os crimes cometidos pelos "pés de chinelos" nas rádios, ou, quando muito, nos jornais ensanguentados.Era um que roubava um galinheiro; outro que roubava, ou melhor, furtava roupas (principalmente calcinhas) de varais nos terreiros; aquele então, tinha surrupiado duas latas de sardinha da mercearia do Nho Quim e, assim, por diante. As penas, geralmente, eram mais pesadas do que as de hoje e aplicadas nos famigerados ladrões de colarinho branco.
Quero ir embora para outro planeta. Espero que o renomado cientista Stephen Hawking termine logo a teoria em que está trabalhando que possibilitará a nossa evacuação para outro Sistema Solar, outro planeta... que ainda não tenha a Petrobras e seus "eficientes" diretores.
Já pensei em pegar carona num rabo de foguete; num facho de luz (uma lanterna); na cauda de um Saturno na NASA; num foguete de São João (aproveitando que estamos em mês de festa junina), enfim, quero voar para os confins do Universo.
Só não quero mais ouvir falar em benevolências para as ratazanas.
Fica minha posição: Ao invés da Operação Lava jato, mudar para Operação de Lobotomia nos caras de paus que estão dilapidando as nossas instituições.
No lugar de lavarem dinheiro, vão sim, lavar a baba que vai escorrer de suas bocas imundas pela ausência de parte do cérebro pecaminoso que carregam dentro do crâneo.

sábado, 9 de julho de 2016

A VIDRAÇA


Toda tarde ela desfilava frente à vidraça
Do casarão onde eu me postava empertigado.
Para mim ela sempre foi um diamante sem jaça;
Uma joia para se ter incrustada no peito.

Vestida de normalista com a trança esvoaçante
Ela sabia que eu a observava pela vidraça.
Muitas vezes sorria provocando-me alhures
Sem se importar se emburrava ou achava graça.


Por ela eu me fazia estátua de mármore frio,
Embora o meu hálito turvasse a polida vidraça.
Assim, inertes, éramos, partes, do mesmo vidro.

Por um século em que me fiz jovem e adulto senil
Fui intrépido caçador e, ela, a minha sensual caça.
Porém, uma tarde, ela não passou e, a vidraça, se partiu.

quinta-feira, 7 de julho de 2016

UMA PREMIAÇÃO MERECIDA!

Acabei de ler na UOL que o brilhante escritor Ignácio de Loyola Brandão foi eleito pela Academia Brasileira de Letras para receber o prêmio pelo conjunto de sua obra. O prêmio é de R$ 300.000,00. O consagrado escritor merece tal honraria. Já li várias obras e tenho vários livros seus. O mais recente que adquiri e que li foi o romance VEIA BAILARINA, onde ele conta a sua aventura e expectativa em vencer um aneurisma no cérebro. O título do livro foi dado quando uma enfermeira não conseguia "pegar" sua veia para os procedimentos médicos antes da cirurgia e lhe disse: "A sua veia dança de um lado para outro, ela é bailarina." O romancista é um dos meus favoritos para ser agraciado com o Prêmio Nobel de Literatura, entre tantos outros que o fazem jus.
Parabéns!

terça-feira, 5 de julho de 2016

UMA VONTADE DE NÃO FAZER NADA!

HÁ DIAS QUE VENHO SENTINDO UMA VONTADE ENORME DE NÃO FAZER NADA.
Assim é, que, deixei dos meus afazeres e me encontro em uma posição fetal, sem ânimo para reagir e sair desta gostosa modorra. Sei que não é bom para um escritor viver por um tempo que seja no ócio, mas, que fazer, se a inspiração deitou pés na estrada? Às vezes, penso que me entranhei cada vez mais neste lodaçal de insatisfação. É me, mais fácil, não reagir, do que ir à luta. Neste exato instante em que escrevo, sinto-me uma lesma enfurnada em seu caracol, se escondendo dos perigos do dia a dia: o sol, o vento, a lua, a aragem e, principalmente, dos pés desapiedados do menino que toca os bois na rua suja e poeirenta.
Nada me atrai. Até mesmo a lembrança de dias regozijados com grandes amores não me apetecem. Estou, por, assim dizer, inerte, amorfo e insípido às coisas que a vida teima em me oferecer. Nestes dias de enfado em que me encontro só tenho vontade de não sentir vontade e, para que isto se realize, desdenho os sentimentos mais superficiais que acometem o simples mortal: saudade, vontade de ver alguém, remorso de ser o que não se é, apatia insidiosa e, outras baboseiras que agora não vem ao caso.
Tenho ânsias de fechar os olhos e adormecer pela eternidade. Por incrível que possa parecer até a minha alma, guerreira e obstinada, pediu-me num soluço para ficar enrodilhada no âmago medonho da escuridão em que vivemos. Somente o coração, esse tolo incorregível é que teima em ficar pulsando, como se para ele este ócio doentio não lhe dissesse respeito. Mal sabe ele, que, tudo o que faço neste episódio de preguiça mental é com a finalidade de aniquilá-lo. Ele que espere, e verá!
Bem, como o ócio é idêntico a uma serpente e, ele está me enlaçando pouco a pouco, vou deixando de reagir e fico dormente, prostrado no chão da sala e, adormeço, para quem sabe, quando despertar, voltar a ser EU mesmo.
Eu criativo e, não mais EU, derrotado.