domingo, 31 de julho de 2016

BEIJOS DE FEL

Ah, saudade que mata dos beijos que ela me dava
Nas carícias que trocávamos no banco do jardim.
Era quando o alvo colo em minha boca fremitava
E, o meu coração pulsava num compasso sem fim.

Vivíamos o amor em sua magia e feliz plenitude
Acreditando que um dia, teríamos as alianças
Em nossos dedos, reluzindo para a crível finitude,
Para o compromisso fiel e a eterna perseverança.

Mas, uma noite ela me beijou com os lábios frios
Como se fossem os mármores que recobrem as tumbas.
Atônito, senti uma aguilhoada no peito e o brio
Se fez em meu rosto e, sofri, e chorei, como nunca.

Acostumado que estava com os beijos doces como o mel,
Fui tomado pela dor insidiosa da carícia acre e gélida.
Num repente soltei-a e, senti, na boca, o gosto do fel.
O líquido amargo escorreu-me pelo corpo até a alma.

Hoje, saudoso, lembro dos beijos que me levavam ao céu,
No êxtase incontido de saber ser amado...Oh, ledo engano.
Se, hoje, beijo uma mulher, beijo-a, com beijos de FEL
E, remorsos?, não os sinto... Meus beijos, são, mentiras.





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