segunda-feira, 25 de julho de 2016

O CRUCIFIXO DE OURO

Carla a mulher que me enredou em sua teia
Vivia duas vidas distintas e, solitárias:
Na primeira, ela era a audaz e fugaz mariposa;
Na segunda, ela era de Deus, a fiel temerária.

Vivendo vidas distintas ela se fazia odiada
Pelas mulheres que nutriam inveja e aversão.
Porém, pelos homens como eu era desejada
Para uma noite de amor e intensa depravação.

Uma noite em que rolávamos sobre o lençol carmim
Ela, gemendo como uma gata no cio e, ronronando,
Pediu que a presenteasse com um crucifixo de marfim,
Nada mais que uma bijuteria que ornasse o belo colo.

Após muito procurar pelas lojas de bijuterias mil
Acabei por decidir em lhe dar uma rara joia de ouro.
Chegou a noite e, após o embate da posse febril
Pendurei em seu pescoço o refulgente crucifixo.

Emocionada, ela, retirou-o pálida de emoção
Dizendo que ele não era para a noite de pecado
E, sim, para ser usado durante a sagrada comunhão.
Assim, Carla, escolheu o melhor uso do crucifixo.

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