O rosário de madrepérola entrelaçado nos finos dedos
Da devota senhora que se ajoelhou frente ao altar,
Da Virgem Maria que afagava o Menino Jesus no colo,
Causou-me um fremito no corpo e, logo, me pus, a desejar.
Tinha o sagrado objeto as contas reluzentes e imaculadas,
Formando o "Todo" que balançava em místicos circulos sagrados.
De onde eu estava podia observar o palor das faces pálidas,
E, o coração, num frenético pulsar sofrido; descompassado.
Por algum tempo ela fora rejeitada pelas mulheres hipócritas,
Que desdenhavam a vida dupla, que levava, na rígida comunidade.
Durante o dia, era a senhora sisuda, fiel, às sagradas escrituras,
Porém, quando a Lua surgia dentre as nuvens que pairavam sorrateiras,
Ela, trocava o rosário de madrepérola pelas horas de infidelidade.
Na missa ou, na noite, eu, sempre a desejei: ora, amante! ora,freira!
quinta-feira, 27 de outubro de 2016
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