SUÍTE 33... ESPELHOS CÚMPLICES
Nossos corpos nus projetavam-se em figuras voluptuosas
Pelos impudicos espelhos que adornavam a suíte trinta e três,
Entrelaçando-se em contatos alucinantes - serpentes sinuosas,
Imagens despidas da razão - mentes despidas da lucidez.
No teto, o espelho oval de finos rebuscados arabescos,
Contemplava com luxúria as formas da mulher-tigresa
Que, tendo as garras expostas, lanhava-me o ereto sexo,
Desapiedada do sangue que jorrava em rios de correnteza.
Espelhos espalhados pela suíte de tantos atos belos e indecorosos
Refletiam, refulgindo raios libidinosos, nossos desejos,
Que, como tênue névoa, cobriam os corpos e as roupas jogadas a esmo,
Testemunhas impávidas de inolvidáveis de encontros amorosos,
Silenciam, cúmplices, nunca súditos, sempre altivos reis
Do castelo das carícias inebriantes... da adorada suíte trinta e três.
Poema extraído do livro : DE VOLÚPIAS, ÊXTASES E DELÍRIOS
P. 46
EDIVALE
2005
quinta-feira, 7 de junho de 2018
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