quinta-feira, 7 de junho de 2018

PROSEANDO & PROVANDO DE... POESIA

SUÍTE 33... ESPELHOS CÚMPLICES


Nossos corpos nus projetavam-se em figuras voluptuosas
Pelos impudicos espelhos que adornavam a suíte trinta e três,
Entrelaçando-se em contatos alucinantes - serpentes sinuosas,
Imagens despidas da razão - mentes despidas da lucidez.


No teto, o espelho oval de finos rebuscados arabescos,
Contemplava com luxúria as formas da mulher-tigresa
Que, tendo as garras expostas, lanhava-me o ereto sexo,
Desapiedada do sangue que jorrava em rios de correnteza.


Espelhos espalhados pela suíte de tantos atos belos e indecorosos
Refletiam, refulgindo raios libidinosos, nossos desejos,
Que, como tênue névoa, cobriam os corpos e as roupas jogadas a esmo,


Testemunhas impávidas de inolvidáveis de encontros amorosos,
Silenciam, cúmplices, nunca súditos, sempre altivos reis
Do castelo das carícias inebriantes... da adorada suíte trinta e três.

Poema extraído do livro : DE VOLÚPIAS, ÊXTASES E DELÍRIOS
P. 46
EDIVALE
2005

Nenhum comentário:

Postar um comentário