quinta-feira, 21 de junho de 2018

PROSEANDO & PROVANDO DE ... POESIA : TRÊMULAS FOLHAS





Trêmulas folhas que tristes tiritam
ao sopro gélido do vento da tarde outonal
e, desprendidas do aconchego do amor, susiram
queixosas, submissas, ao verdugo sazonal.

Vento que vem, que vais, que leva e traz
sentimentos colhidos na seara do bem-querer,
transmuda-te pelo amor, no amante cintumaz
e possuas as trêmulas folhas, antes do inexorável perecer.

(Tarde fria, liberta-te deste jugo indizível
de seres mausoléu soturno e não alcova febril
para as trêmulas folhas - corpos nus de belas mulheres).


Trêmulas folhas, cujos arrepios da pele exulta
o contato efêmero das carícias sensuais e impolutas,
nesta tarde outonal da seara do amor... fecundas messes.


Poema extraído do livro: Confidência da Alma
Aldo de Aguiar
1a. Edição - p. 48
Edivale - 1998


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