terça-feira, 27 de setembro de 2011

A VORACIDADE DOS TUBARÕES

Não é surpresa para ninguém da voracidade dos tubarões. Feras que são, devoram sem piedade as suas presas. Ai daqueles menos cautelosos que se aproximam com inocência e coração ingênuo. São despedaçados, rasgados, destruídos e finalmente aniquilados. Existem tubarões em todos os mares e oceanos do mundo... até mesmo em terra firme. Os tubarões são inescrupulosos. Para eles não importa a espécie de presa: todas são motivos de sua ferocidade. Não se apiedam de nada, de ninguém. Creio que no lugar de coração, possuem um paralepípedo. Às vezes conseguem ludibriar um incauto mostrando se dócil e afável, mas, possuem o instinto da maldade. Já li sobre tubarões que viviam às custas de pessoas que os alimentavam; curavam suas feridas e lhes davam abrigo, porém, um dia qualquer, sem o menor aviso ou escrúpulo ( se é que os animais os possuem) atacavam a mão amiga, decepando-a e, se possível, matando a pessoa.
Em minhas orações peço a Deus que tire do meu caminho esta fera. que nunca me torne dependente de sua maldade; que nunca precise conviver com ela e, certamente o conseguirei, pois, não tenho o coração petrificado, mesmo porque sou temente à Deus e amo os meus semelhantes e, o mais importante tenho um medo terrível da " LEI DO RETORNO" que apregoa: "AQUI SE FAZ, AQUI SE PAGA!"
Tubarões que nadam e pululam em nossa sociedade vos declaro: VADE RETRO!

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

EM GALHO DE JATOBÁ CACHORRO NÃO FAZ POLEIRO




A odisséia de brinquinho, cão vira-lata pardacento e surdo de um ouvido teve início quando o seu dono Flausino Pimentel me convidou após uma rodada de truco para no próximo domingo à noite caçarmos tatu na mata de propriedade do Sargento Pafúncio Crisaldo. De imediato, disse sim. Fazia tempo de que eu queria me embarafustar nos capões de mato para buscar um ou dois tatus que a minha patroa Crisálida sabia preparar com muito apreço. A carne do animal silvestre ficava tão deliciosa que era impossível degustá-la sem lamber os dedos e o beiço. Ainda mais quando era acompanhada da famosa cachaça “Suspiro de Donzela”, fabricada no engenho do major Porfírio Presoto por encomenda. Não existia nas prateleiras dos botecos. Era coisa fina. Uma tentação de dar nó nas tripas.
Marcado o dia passamos a combinar o que levar para matar a fome na noite enluarada. Combinou-se que a patroa do Flausino, Dona Cabriola Pimentel se encarregaria de preparar a matula.
Domingo chegou como qualquer outro: dando uma preguiça gostosa no povinho de Santo Antão do Mato Dentro. Após a missa na matriz e ter escutado com devoção o sermão do padre Juracy Ratino, fui para o bar do Pedrão dentuço onde me encontrei com o famoso caçador de tatus e, juntos, combinamos os últimos preparativos para a incursão na mata do Sargento aposentado da milícia. Papo vai e papo vem quando se instalou na mesa o soldado Catalão Paraense ( veio do Pará) e sabendo do nosso intento pediu para se juntar a nós. Pelo seu porte de vagão de trem, mais a peixeira na cinta foi um “pulinho” até nós concordarmos. E, assim, estávamos prontos para a grande aventura.
A Lua teimosa em aparecer atrás dos morros não testemunhou os nossos preparativos. Assim é que ela não viu quando eu tirei a minha VEMAGUETE da garagem ( suas portas abriam para à frente) e me dirigi até a praça onde os caçadores já me esperavam. Num relance adentraram no veículo, sem antes, porém, colocar o brinquinho no porta-malas. Sacolejando pelas estradas de terra fomos, empolgados pela certeza de que traríamos pelo menos uns dois ou três tatus: a confiança no cão vira-lata era o estopim para a nossa alegria. Quando chegamos ao local apropriado para iniciarmos a caçada, parei o carro abri o porta-malas e soltei o intrépido sabujo. Imediatamente o seu dono ordenou-lhe para que fosse desentocar os tatus e arrematou: “ Assim que ele cheirar um tatu ele desembesta atrás dele e o entoca. Então nós vamos atrás, guiados pelos seus latidos. Depois é só desentocar o bicho e zás... panela nele.”
A explicação foi tão convincente que já antevi o meu prato repleto da carne vermelha e saborosa. Mas...
Mas, o nosso sabujo não fazia tenção de sair correndo pela mata escura. Ficou sim, deitado sob o carro ganindo baixinho. Por várias vezes o caçador Flausino instigava o vira-lata para se enfurnar dentre a escuridão sombria em busca dos animais silvestres. Tudo em vão. O famigerado brinquinho não dava a mínima. Assim, neste impasse, passaram-se as horas. Quando eu ia propor de voltarmos para casa aconteceu o inusitado. O soldado Catalão Paraense agachou sob o carro e resmungando igual uma Maria Fumaça pegou o pobre vira-lata pelo rabo; volteou-o pelos ares algumas vezes e quando achou que o bólido tinha atingido a velocidade necessária soltou do rabo arremessando o cão tatuzeiro umas quarenta braças pela mata adentro. ´´É imperioso falar do sofrimento do amigo Flausino. Até as quatro horas da madrugada ficou berrando, chamando o seu nobre cão. Cada berro que dava soltava um lamento. Que triste cena eu contemplava: Flausino chorando chamando o seu cão e o soldado Catalão rindo e soltando pragas para que o cão sofresse dores atrozes em paga de sua covardia. Já desanimado de tanto esperar liguei a VEMAGUETE e chamei os caçadores para irmos embora. Flausino retrucou: “ Vou embora, mas, amanhã voltamos para buscar o meu amigo”. Com sono, nada mais me restou, a não ser, concordar.
Não voltamos uma vez, mas sim, três vezes. Foram três tardes à procura do brinquinho. Quando já estávamos pensando em desistir ouvimos um latido fraco no alto de um Jatobá secular. Com muita dificuldade, visto a árvore estar cercada de cipós e folhagens, vislumbramos o pobre vira-lata agarrado com as unhas e dentes no galho mais alto do espécime.
O resgate durou quatro horas e depois de exaustos e suados tendo os braços lanhados pelos espinhos da vegetação adjacente conseguimos trazer o cão até o chão.
Foi uma festa de arromba. Flausino beijava e acariciava o pequeno cão com frenesi e, o cão, retribuía ganindo baixinho.
Assim, terminou a odisséia do cão vira-lata brinquinho, que depois desta mal sucedida caçada nunca mais se aventurou pelas matas das cercanias.
De tudo isto ficou um hábito do cão tatuzeiro, de chamar a atenção dos moradores e visitantes da boa terrinha de Santo Antão do Mato Dentro:
Quando a tarde se despedia dando lugar às brumas da noite, brinquinho procurava o pé de laranjeira e subia em seus galhos indo ocupar o galho mais alto, quando com um uivo ameaçador espantava o galo carijó Belarmino, ocupando o seu trono.
Uma vez quando fui à sua casa, indaguei ao amigo Flausino o porquê deste estranho hábito. Ao que rindo me respondeu: É amigo, brinquinho acha mais seguro fazer poleiro em galho de laranjeira, do que nas alturas, em galho de Jatobá.”E, rindo, fui até a cozinha tomar um martelo da deliciosa cachaça “ Suspiro de Donzela”, cuja garrafa estava bem escondidinha no meio de um feixe de lenha

domingo, 18 de setembro de 2011

A DOR DO POETA

O Poeta quase nunca sente dor.
Ele é imune às dores causadas pelas coisas do mundo.
È mais fácil uma cachoeira secar do que lágrimas verterem dos olhos do poeta.
O Poeta chora e quando chora é sem sentir dor, ou então, com imensa dor.
E, por que?
Porque o Poeta não se liga às coisas comuns e inertes; às coisas de somenos.
Por exemplo: O Poeta não está nem aí quando as bolsas de valores despencam:
Mas, chora e sente dor, quando uma flor é pisada e esmagada por um materialista;
O Poeta desdenha se está vermelho ou não no cheque especial:
Mas, urra de dor e fica vermelho de indignação quando alguém prende um pássaro na gaiola;
O Poeta não sofre se veste roupas rotas ou anda descalço em leito pedregoso:
Mas se descabela todo se a Lua rompe dentre as nuvens e ninguém dela se lembra.
Ah, o Poeta é de outra raça... O Poeta certamente não é deste mundo.
De onde o Poeta veio não existe pensamentos que não estejam voltados para o amor e contemplação das coisas belas... O Poeta vive o seu mundo e, raramente permite que o mortal comum dele se apodere.
Quer enfurecer o Poeta?
É simples. BASTA APENAS exigir dele que se afaste por um minuto que seja do seu mundo.
Ah!, meu amigo, deixo um conselho: Nunca, mas nunca mesmo enfureça um Poeta.
Um Poeta enfurecido é o mesmo que:
As ondas violentas do mar tenebroso;
Os ventos impiedosos do avassalador tufão;
Os dentes caninos do voraz leão;
As garras aduncas da temível águia;
O veneno letal da ferina cascavel;
A ira implacável dos deuses de Atenas.
Por isto eu suplico:
Deixe-nos, Poetas que somos, vivermos à nossa maneira.
A Dor do Poeta é invisível, incomensurável, inimaginável... Só os Poetas se entendem.
Ser Poeta... uma dádiva de Deus!

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

EM TOCA DE JAGUATIRICA PREÁ NÃO ENTRA





Frenegildo Freitas apareceu em Cordoália das Neves em uma noite de escuridão total. A Lua estava em greve. Já por vários dias ela não dava sinais de vida. Os pacatos moradores da Vila evitavam sair à noite para não terem maiores transtornos com algum gatuno, ou então, alguma alma penada, visto que o cemitério “Recanto da Saudade” ficava bem próximo da praça principal. Uma hora ou outra, um mais afoito percorria as ruelas vazias e escuras com passos apressados em busca do abrigo que pudesse protegê-lo dos perigos escondidos nas sombras da noite. Muito raro era encontrar um casal de namorados sob a proteção de uma marquise se entregando às delícias do amor. Foi nesta condição que Frenegildo aportou com seus parcos pertences na pensão “ Prato Feliz” de propriedade da viúva Bresália Fortuna. De imediato a matrona tentou induzi-lo a procurar outro local para ele fincar pé, mas, depois de ouvir a sua ladainha ela se condoeu e preencheu o livro de registro de hóspedes dando-lhe o quarto ao lado do único banheiro do imóvel. Por esta noite e as duas consecutivas Frenegildo não deu as caras na rua. Tratou sim, de descansar o corpo moído pela viagem no lombo do burro Praxedes. Só depois que sentiu o corpo e os músculos em ordem e, principalmente as pernas é que ele deu ares ao povinho do lugarejo. Sem maiores preâmbulos chegou ao bar “Alvorada” ; sentou-se num banco e pediu um martelo da melhor pinga da região. De imediato, a negra Alfonsina lhe serviu a bebida. Talagada vai, talagada vem e ele indiferente ao movimento do bar e da rua se pôs a mordiscar um palito de fósforo e sem maiores preâmbulos cuspia a saliva pegajosa e escura no piso sujo e encardido do bar. Neste ínterim deu entrada no boteco o anão Gurupita Pedregoso. Desde que o circo “Uma noite em Moscou” retirou os trapos de lona da cidade, o anão resolveu ficar instalado numa das casas da rua “Pintão AthaÍde”, onde o recebeu com carinho a donzela Tetê Carneiro já entrada na casa dos sessenta anos( Nunca se casou, por isto era tida por todos uma donzela). Bem, num piscar de olhos, o intrigante anão perguntou à queima-roupa para o Frenegildo o que ele fazia de melhor. O nosso herói ( ou quase) respondeu sem embaraço algum de que ele era campeão em rabo-de-arraiá. “Rabo-de-arraia?”. Perguntou espantado o gorducho anão. “Isto mesmo”, respondeu Frenegildo sem se dignar a abaixar os olhos e fitar o pobre anão. Como um rastilho de pólvora aceso a notícia percorreu todos os becos; buracos; ruelas; barracos; casas e até mesmo o cemitério se viu tomado pela notícia bombástica a ponto do coveiro Pestanildo declarar feriado no campo santo.
Por uns meses Frenegildo gozou de sua reputação de briguento imbatível em rabo-de-arraia. A primeira demonstração de sua habilidade “rabista” aconteceu numa quermesse na fazenda do Major Fragata. A festa ia de vento em popa quando um valentão cismou de passar a mão nas curvas da donzela Nenê Pintassilgo; moçoila dos seus dezesseis anos e cheia de fricotes. Com gritinhos estridentes ela chamou a atenção do Frenegildo que sem perguntar isto ou aquilo, aplicou um rabo-de-arraia no galanteador que, sem despedir do Major voou por sobre as barracas e foi aterrisar no curral de bezerros, onde ficou a noite inteira e só acordou para mamar nas tetas da vaca Favorita e desde então passou a berrar como um garrote desmamado. A fama de “rabista” de Frenegildo correu o sertão. Tornou-se imperioso conhecer o mais famoso aplicador de rabo-de-arraia das redondezas.E, assim, desfrutando de sua habilidade com as pernas ele foi vivendo e levando a vida em calmaria, até que...
Até que um dia também aportou em Cordoália das Neves um sujeito esquisito. Era esquisito por completo, tanto na carcaça, quanto no gênio. Tinha o corpo disforme. Era pequeno nas partes baixas e avantajado nas partes altas. A pele não tinha classificação de cor: ora era escura; ora era negra; ora era parda, mas, nunca branca. Parecia até que era um camaleão disfarçado de gente. Tinha os olhos encavados no rosto e nunca, mas nunca mesmo brilharam por alguém ou algum fato. Eram frios como os olhos de um urutu. Sisudo, não trocava palavra à toa. Só cuspia, por assim dizer, algumas palavras para o gasto. Quando chegou num dia chuvoso na praça Albertine no ônibus das quinze horas sentiu que estava pisando no lugar certo; na terra onde deitaria morada até que a morte o levasse para outra vida melhor. E, assim, Pretonildo Pacífico deitou amarras na bucólica cidade e, abriu o bar “ URRO DE LEÃO” na rua Cizino Freitas, número 65.
No começo das atividades comerciais o bar vendia bebidas e belisquetes e, atendia a freguesia que gostava de dar umas e outras talagadas, sempre acompanhadas de comentários jocosos e atrevidos. Passado algum tempo o enigmático comerciante passou a abrir o bar somente após as dezenove horas e instalou sobre o balcão uma lâmpada vermelha e enfeitou as paredes com papel celofane também vermelho. Com alguns golpes de marreta derrubou as paredes de um cômodo e instalou no canto uma sonata e, para terminar, encheu de garotas atrevidas, vindas todas da capital. No início foi um banzé dos diabos, A sociedade Cordoaliense botou a boca nos trombones. Mas, tudo em vão, mesmo por que o frequentador mais assíduo era o Doutor Delegado Josenildo Paranhos. De nada também adiantou os reclamos do padre Pedregoso e dos coroinhas. Pontualmente, às sete horas da noite, a luz vermelha se acendia e a imoralidade reinava dentre as quatro ou mais paredes do bar “URRO DE LEÃO”.
Para resolver o impasse a Sociedade Irmãs do Espírito Santo, constituída pelas abonadas e gorduchas matronas Cordoalienses se reuniu após muita discussão chegaram a conclusão de que só uma pessoa poderia devolver a moralidade à cidade: FRENEGILDO FREITAS e seu rabo-de-arraia. Conversa vai, conversa vem e convenceram o nosso herói( será?) a tomar atitudes com o imoral Pretonildo, que, argumentaram: “Com um rabo-de-arraia bem aplicado ele voa para outras bandas e deixa em paz nossos maridos.” Dito e feito.
A noite ainda estava capengando quando Frenegildo aportou no bar “URRO DE LEÃO”e, peremptoriamente gritou: “Nêgo do satanás, sai da toca que aqui tem homem pra te mandar pros infernos.” As últimas sílabas de “infernos” ainda estavam no ar, quando saiu em mangas de camisa e calção de brim azul o disforme mortal. Cumpre avisar o amigo leitor que ele tinha passado sebo de carne de bode velho nas pernas que além de deixá-las luzidias também as deixavam terrivelmente escorregadias. Este artifício foi a “pedra no caminho” do “rabista” Frenegildo ( só mesmo o inigualável poeta Drumond para entendê-lo).
De um salto mirabolante Frenegildo aplicou o golpe. Mas, que decepção. Caído no chão sujo do bar o “rabista” contemplava o seu rival em pé e ainda rindo em gargalhadas. Não desanimou e tentou se levantar para aplicar outro golpe, quem sabe o mortal, mas, ficou só no intento, pois, sem dar uma palavra; sem avisar o energúmeno aplicou-lhe um bofetão no pé da orelha esquerda, para em seguida dar-lhe um pontapé nas partes baixas deixando-o desmaiado e sangrando pelas ventas. Coube ao anão Gurupita Pedroso arrastar o moribundo pelas calçadas até a pensão “Prato Feliz” onde ele permaneceu desmaiado e acamado por vários dias. Quando numa bela manhã de setembro a passarinhada fazia algazarra na laranjeira ele acordou e foi interpelado pela senhoria Bresália Fortuna, que, sem dó nem piedade perguntou: Frenegildo você vai voltar no bar “URRO DE LEÃO” para lavar sua honra”?
Com os olhos esbugalhados e num esgar de dor respondeu: “ Eu tô louco por acaso? E, arrematou: EM TOCA DE JAGUATIRICA PREÁ NÃO ENTRA.” E, desabou num sono secular.

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

A CASA DE PEDRA

PARA EDNA AGUIAR

Quando cheguei à casa de pedra no alto da colina
Trazia às costas um castelo de sonhos não realizados,
Que me fazia cansado, alquebrado e triste com a sina,
Imposta a mim pelo destino, de nunca ter sido amado.

Com passos trôpegos adentrei no “hal” e depositei os sonhos
No chão pedregoso e escorregadio e me quedei a relembrar
O caminho percorrido; os tropeços nas pedras e os atalhos
Que me conduziram a lugar algum, ou, a um covil, para chorar.


Andarilho de roupas ou trapos rotos tendo a alma rota
Construí com a poeira do leito encardido um castelo
E, inocente, o dotei de colunas de sonhos: tarefa inócua,
Embora, amante pertinaz, as fiz com carinho e muito zelo.

Por uma eternidade carreguei comigo este castelo fictício
Na esperança ferrenha de um dia vê-lo erigido em aço,
Abrigando em seus infinitos aposentos o doce e sensual vício
De possuir e ser possuído até a lassidão que sobrevém ao cansaço.

E, assim, perambulando pela vida cheguei até a casa de pedra:
Cheguei e me instalei e fiquei por uma noite ou por um século.
Não importa o tempo quando se tem a certeza real, pétrea,
De que num átimo de segundo a casa de pedra será o meu castelo.

Sim, o meu castelo, não de sonhos, mas de uma realidade tangível,
E, nele, certamente, encontrarei à minha espera a mulher sonhada;
A mulher que o meu coração almeja: um sonho sublime e crível,
Não mais névoas a circundar as torres do castelo de areia dourada.

Quando cheguei à casa de pedra já sabia de que o castelo ruiria;
De que, os sonhos intangíveis, se tornariam carícias eternas.
Oh!,que felicidade saber de que não mais habitarei casas em ruína.
Habitarei sim, uma casa sólida; repleta de amor...Uma casa de pedra.

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

A FELICIDADE DO POETA

A felicidade do poeta é saber que existem flores; pássaros e estrelas.
Por que mais?
Basta somente aquilo que deixa o poeta feliz.

A VIDA COMO ELA É

A VIDA COMO ELA É:

É bela;
É excitante;
É romântica;
É desafiadora.

Eu, sou, como sou:

Apaixonado;
Poeta;
Romântico
Sonhador.

Tanto eu, quanto a vida, somos o que somos e, nada mais.

O MEU ANIVERSÁRIO

Hoje é o meu aniversário. Faço 65 anos. Estou feliz e a vida me é feliz. Estou na Argentina, mais precisamente em Buenos Aires ao lado da minha querida esposa Edna. Viemos pra cá dia 05 e vamos ficar até o dia 09. Não existe, creio eu, um lugar mais atraente e romântico de que Buenos Aires. Adoro esta cidade com seus prédios europeus; o clima ameno e principalmente o vento da tarde que açoita com suavidade a nossa testa. Tudo aqui é maravilhoso. Hoje estivemos no "CAMINITO". Quanta poesia exala nos ares. Mais à noite iremos no ESQUINA GARDEL, casa de tango onde cearemos e assistiremos o espetáculo de tango. Até o dia de embarcarmos desfrutaremos das delícias deste recanto.
Ah, ia me esquecendo: ganhei um BULOWA da Edna.
O Hotel é simplesmente maravilhoso e fica na região central.
Arre de tanto degustar carnes macias acompanhadas de suaves e perfumosos vinhos.
A vida, hoje, posso afirmar com convicção está toda voltada para me fazer feliz.
Após tantas idas e vindas o poeta achou o seu PORTO-SEGURO.
AGRADEÇO AOS AMIGOS SINCEROS QUE ME AJUDARAM A ENCONTRÁ-LO.
O POETA DEITOU AMARRAS NOS VERGALHÕES DO PORTO.

sábado, 3 de setembro de 2011

SONETO DE EXAUSTÃO

Estou exausto. Minhas carnes tremulam de desejos frementes
E, trêmulas, exalam pelos poros o perfume da pele suave e tépida
Que veste o corpo da mulher, que, a mim, se uniu eternamente
Formando um corpo uno; nunca mais duas almas paralelas.


A exaustão que sinto me faz o vivente mais feliz do universo;
Mais feliz do que os deuses que habitam o Monte Olimpo;
Do que os beija-flores que osculam os botões entreabertos,
Ou mesmo, dos amantes que julgam serem, dos mortais, os preferidos.


Por uma eternidade almejei com esperança, amor e tenacidade,
A união destas duas almas que nunca, por um momento, se curvaram,
Mas, sim, lutaram com forças desmedidas olvidando os percalços.


Hoje, posso dizer com o coração repleto de alegria e febril felicidade
De que as desilusões, intrigas e desavenças pelo éter se esfumaram,
Dando lugar à posse total... uma posse desmedida que me deixa EXAUSTO.