domingo, 18 de setembro de 2011

A DOR DO POETA

O Poeta quase nunca sente dor.
Ele é imune às dores causadas pelas coisas do mundo.
È mais fácil uma cachoeira secar do que lágrimas verterem dos olhos do poeta.
O Poeta chora e quando chora é sem sentir dor, ou então, com imensa dor.
E, por que?
Porque o Poeta não se liga às coisas comuns e inertes; às coisas de somenos.
Por exemplo: O Poeta não está nem aí quando as bolsas de valores despencam:
Mas, chora e sente dor, quando uma flor é pisada e esmagada por um materialista;
O Poeta desdenha se está vermelho ou não no cheque especial:
Mas, urra de dor e fica vermelho de indignação quando alguém prende um pássaro na gaiola;
O Poeta não sofre se veste roupas rotas ou anda descalço em leito pedregoso:
Mas se descabela todo se a Lua rompe dentre as nuvens e ninguém dela se lembra.
Ah, o Poeta é de outra raça... O Poeta certamente não é deste mundo.
De onde o Poeta veio não existe pensamentos que não estejam voltados para o amor e contemplação das coisas belas... O Poeta vive o seu mundo e, raramente permite que o mortal comum dele se apodere.
Quer enfurecer o Poeta?
É simples. BASTA APENAS exigir dele que se afaste por um minuto que seja do seu mundo.
Ah!, meu amigo, deixo um conselho: Nunca, mas nunca mesmo enfureça um Poeta.
Um Poeta enfurecido é o mesmo que:
As ondas violentas do mar tenebroso;
Os ventos impiedosos do avassalador tufão;
Os dentes caninos do voraz leão;
As garras aduncas da temível águia;
O veneno letal da ferina cascavel;
A ira implacável dos deuses de Atenas.
Por isto eu suplico:
Deixe-nos, Poetas que somos, vivermos à nossa maneira.
A Dor do Poeta é invisível, incomensurável, inimaginável... Só os Poetas se entendem.
Ser Poeta... uma dádiva de Deus!

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