terça-feira, 5 de março de 2013

OS SONHOS DO MALAQUIAS


Malaquias sonhou!
Sonhou pela noite adentro,
Sonhou pela madrugada afora
E, quando acordou sonhou fora da cama.
Sonhando ele caminhou pelas ruas e parques
Sem se preocupar com os sonâmbulos que não sonhavam
E, que, como autômatos andavam de olhos esbugalhados.
Ele perambulou pelas ruas, vias e vielas de olhos fechados
Como se fora um caracol enfurnado no aconchego da concha,
Ou, como, um morcego voando sem rumo à luz do sol.
Malaquias sonhou os sonhos que a vida não lhe realizou:
Foi amante ferino, viril e romântico; quando, nunca, amou;
Foi milionário e dono de incontáveis casas; quando, nunca, teve moradia;
Foi exímio motorista de um ônibus; quando, nunca, tirou os pés do solo;
Foi pai de filhos lindos; quando, nunca se casou por fatal esterilidade.
Enfim, Malaquias, sonhou todos os sonhos que um dia quisera tê-los vividos
E, sonhando de olhos fechados e o coração aberto foi atropelado e, morreu.
Malaquias continua, onde deve estar ( não faço ideia) sonhando os sonhos estraçalhados.

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