segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

CABELOS DE MILHO

Enfurnada no milharal a rapariga colhia as espigas
De milho graúdas na ânsia de encher o covil do vestido,
Indiferente a serrilha das folhas que formavam feridas
Nas mãos, nas pernas e nos braços nus; sem abrigo.

Formosa em sua simplicidade de roceira agreste
Ela ia, pouco a pouco, colhendo os frutos suculentos
Que formavam um volume como se grávida, estivesse,
Embora, o vigor e carne tenra, demonstrasse, o engano.

Escondido dentre a folhagem verdejante eu a contemplava
Embevecido pela agilidade com que ela enfrentava a lide.
Nestes momentos, tinha como prêmio vê-la inocente e linda
Levantar o vestido expondo as coxas aos meus olhos de lince.

Sim, o vestido levantado formava o recipiente para as espigas
Que caíam, como se pedras raras fossem, no ventre palpitante.
Oh!, como era bela a colhedora que a mim não fazia vista
Ignorando-me, como seu eu fora um pé de milho seco, exangue.

Procurando não assustá-la despi-me da calça que me tolhia
O sexo intumescido que teimava em se projetar febril e arrojado
Na conquista da rapariga que na cabeleireira vasta exibia
Os cabelos ruivos das espigas que brilhavam desalinhados.

Não bastou mais que um segundo para que eu atingisse o clímax
E, soltasse um débil gemido da garganta seca no auge do cio.
Sentindo-se violada em sua inocência jogou as belas espigas
E, serpenteando o milharal se foi balançando os cabelos de milho.

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