quinta-feira, 24 de dezembro de 2015

SONETO PARA LUCRÉCIA


Tens de mim, oh, adorável Lucrécia
A admiração que a faz eterna amante.
Dos momentos idos recordo as excelsas
Carícias que me deixavam sempre exangue.

Eras, ao mesmo tempo mulher e menina
Quando desejavas te tornar incógnita.
Uma hora eu a amava como Messalina,
Outra hora te respeitava nas cismas.

Mas, um dia, ousei, fazer-te pecadora,
E, a possuí com selvageria e ferocidade.
Foi um erro fatal e, por ele, sofro agora,

Agoniado pela desventura de ser olvidado;
De ser desprezado e viver na eterna saudade.
Oh!, Lucrécia, como te amei em recente passado.

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