De ti, adorava as mãos longas e finas
Que me acariciavam e me faziam feliz.
Recordo com avidez as unhas compridas
Que me feriam, formando, funda, cicatriz.
Os olhos amendoados e oblíquos brilhavam
Quando nos encontrávamos em alcovas tantas.
As sobrancelhas perfeitas emolduravam
A tez pálida desnuda de maquiagem, leviana.
Tinha os seios pequenos em forma de maçãs diminutas
Às vezes maduras; às vezes esverdeadas e tenras.
Para mim, eles sempre saciaram a fome abrupta
Quando se expunham esquecidos das perfumadas rendas.
O ventre, sempre rescendendo a perfume de canela
Arfava, num vai e vem, alucinante; deveras, febril.
Nele, tu me permitias deitar e sonhar sonhos de quimera,
Num embalo de luxúria, de volúpias e, nunca, pueril.
O monte de vênus forrado por pelos eriçados e sedosos
Prendiam o meu sexo túrgido numa armadilha ferrenha.
De que adiantava tentar me soltar se tu, bela algoz,
Me mantinha enrodilhado nas coxas na crível crença
De que, era aí, a minha eterna morada; o meu paraíso.
Hoje, olhos amendoados, trago além das recordações voluptuosas,
O dorso, onde suas longas unhas perambulavam sem aviso,
As cicatrizes: troféus deixados por uma MULHER MARAVILHOSA.
segunda-feira, 28 de dezembro de 2015
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