sexta-feira, 18 de setembro de 2009

POEMA DESCONEXO

Há tempo vivo pensando o quanto a minha vida é desconexa
e, pensando, acredito ou acreditei encontrar os motivos:
Que sei eu de mim se nada sei sobre o EU que habita em mim;
Às vezes penso que sou o que sou ,mas basta alguns percalços
para ver que nada sou do que sou e, se sou é porque dizem que sou.
Vivo paródias de vida quando devia viver a vida em sua totalidade,
e, parodiando, canto canções que só me dizem que nada sou.
Um dia, perambulando sem destino sou andarilho roto e em frangalhos,
Aliás, por falar em frangalhos devoro com fome inusitada um pedaço
de frango que me deram numa casa em que nunca habitei.
Habitei corações que nunca foram meus. Corações que a outros se entregaram,
mas, que sei eu de corações, se mesmo do meu corpo sujo e roto, nada sei.
Amei como um louco e, como louco deixei-me ser amado. Será que amei, ou
apenas servi de instrumento às mulheres mal-amadas que diziam me amar?
Corpo e alma desconexos seguiram pela vida como marionetes.
Marionetes teveram os cordões manipulados por mãos invisiveis a mim.
Quem sou? ora bolas, sou um ser desconexo que só sabe escrever coisas desconexas.
Por exemplo: A perna segue , os pés balançam; o peito geme e a alma chora; chora
os olhos secos de poeira e o coração galopa desenfreado; os braços balançam num balanco
de corda; de corda é o meu coração e a pilha já está no fim... plum..plum... plu...pl...p...
Arre!!! até que enfim o coração parou e não preciso mais me explicar...

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