terça-feira, 6 de dezembro de 2011

O EPITÁFIO DO POETA.

Se vivi sem viver é porque morrerei sem morrer.
Nada é mais certo do que esta assertiva funérea.
Os mortos quando mortos viveram sem saber
Que quando vivos viviam em urnas vazias e etéreas.

O que é realmente viver e morrer sem saber Ser?
Quando não se sabe o que se é, é porque não foi nada.
Pode até ter sido um corpo sadio ou um pútrido cadáver,
Mas, jamais, uma consistência férrea e sim, alma penada.

Como uma noite infestada de trovões e raios fantasmagóricos
Retumba em meu âmago sons e ecos de um coração retórico
Que suplica a gravação na lápide fria da história do ser que não viveu...

Por que não fazer a vontade de um cadáver que me dá infinito enfado?,
Deixando incrustrado no mármore inerte o meu EPITÁFIO:
"VIVEU como um poeta sonhador e, como um albatroz vagabundo, MORREU.

Um comentário:

  1. Caro Poeta, esta pedra bruta que aos poucos vem vendo lapidada no mundo da literatura por esse velho e cansado amigo, com o pensamento tremulo, penso, “Belo Epitáfio”. É comum ouvirmos a expressão “a única coisa certa é a morte”. Se certa é, enquanto vivo nos brinde com seus contos, causos e poemas maravilhosos. Deixe para escrever sobre contos e poemas de morte, após a morte, pois “Ainda que todos te esqueçam, Deus jamais esquecera de ti”.
    Laercio

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