A ORIGEM DA EXPRESSÃO QUE DESIGNA UM SABER SÚBITO.
Antes de ser o genial orador dos Sermões, Antônio Vieira tinha fama de ser burro, estúpido.
É o que afirma André de Barros em sua obra VIDA DO APOSTÓLICO PADRE ANTÔNIO VIEIRA da Companhia de Jesus ( Lisboa).
Na biografia,publicada em 1746, Barros diz que o sofrível aluno dos jesuítas tinha obsessiva devoção pela Virgem Maria. Pois foi rezando certo dia para ela, "inflamado todo em desejos de saber", que lhe sobreveio repentinamente um estalo mental,"tão forte que lhe parecia que morria".
Esse estalo teria desembotado os sentidos de Vieira, terminando por dar-lhe "clareza de entendimento, agudeza de engenho e sagacidade de memória".
Assim, a expressão "estalo de Vieira" tem sido de uso popular desde então, sendo empregada para desgnar qualquer súbita e miraculosa compreensão de algo que até então era nebuloso.
Isso diz muito sobre um certo ideal de cultura que está muito presente na civilização brasileira. Afinal, para que esforço, estudo, trabalho, dedicação? No fim, tudo se resumirá a um estalo...
Obs: Este artigo foi tirado da revista Língua Portuguesa, Ano 7 - número 72 de Outubro de 2011,
escrito por MÁRCIO COTRIM, autor dentre outras obras, dos livros O PULO DO GATO I E II
( Geração Editorial)
www. marciocotrim.com.br
terça-feira, 6 de dezembro de 2011
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