domingo, 27 de outubro de 2013
A JANELA!
Quando eu era criança, eu gostava de me sentar frente à janela,
Que ficava sempre fechada, fizesse sol, chuva ou vento constante.
Criança, gostava de jogar sementes de mamona na madeira velha
E, me extasiava com a coragem que tinha no inocente rompante.
O casarão de inúmeras portas e janelas demonstrava ruir por fora,
Já que por dentro, o reboco se desprendia em grossos pedaços de barro.
Às vezes, curioso, outras vezes, denotando uma indiferença perniciosa,
Arriscava um olhar súbito pelas frestas da madeira do peitoril fraco.
E, como o previsto nada via que denotasse um esgar apenas de vida,
Um miado de gato, ou um esvoaçar de um morcego triste e solitário.
Nada, mas nada mesmo, emergia de dentro do casarão, cuja sina
Seria, a demolição, o final de uma vida nas contas de um rosário.
Sentado na calçada com um punhado de mamonas na mão e o olhar embaçado
Agora, velho, alquebrado e destituído de muitas lembranças da infância,
Me vejo, só, frente ao que foi um dia um casarão velho e arruinado,
Onde, agora, sobressai um prédio de janelas de vidro que reluz em faianças.
Oh, saudades dos momentos em que "agredia" as carcomidas e frágeis réguas
E, sorria, quando um cão amedrontado rosnava e fugia com medo das pelotas.
Eu, era feliz, e por "Coisas da Vida" me distanciei dessa imagem insólita,
Onde, atirando mamonas, espantava o medo, do que se abrigava, atrás da janela.
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