terça-feira, 30 de abril de 2019

MÃOS


CRUZ E SOUSA


Ó mãos ebúrneas, mãos de claros veios,
esquisitas tulipas delicadas,
lânguidas mãos sutis e abandonadas,
finas e brancas, no esplendor dos seios.


Mãos etéricas, diáfanas de enleios,
de eflúvios e de graças perfumadas,
relíquias imortais de eras sagradas,
de antigos templos de relíquias cheios.


Mãos onde vagam todos os segredos,
onde dos ciúmes tenebrosos, tredos,
circula o sangue apaixonado e forte.


Mãos que eu amei, no féretro medonho
frias, já murchas, na fluidez do Sonho,
nos mistérios simbólicos da morte.


Nossa Senhora do Desterro - Florianópolis /SC , 1861
Curral Novo - Antonio Carlos/MG, 1898

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