sexta-feira, 19 de abril de 2019

O OBITUÁRIO ... (UM CONTITO PARA SE LER DE UM SÓ FÔLEGO)



José Sizenando Costa Neves, dentro dos seus sessenta e sete anos; de sua estatura robusta e cabelos levemente grisalhos, não podia reclamar de nada. Tinha uma família feliz constituída pela querida esposa Naná Neves e pelos três filhos, Zito o caçula, Zézinha a do meio e Braguinha , o primogênito. Morava numa bela casa para a pequena cidade de Umbuzá e exercia a função de Coletor Estadual, que lhe auferia uma boa soma, que dava para viver sossegado. Porém, de uns tempos para cá, passou a se preocupar com a saúde e achava que iria morrer a qualquer momento. Tornou-se hipocondríaco e de vez em quando tinha acessos de pânico. Na voz corrente dos amigos ele tinha um pavor aterrador da morte. Num belo dia, que para ele pareceu ser o último, caiu em suas mãos, um jornal da cidade vizinha e, ao folheá-lo deparou com a seção onde tinha um OBITUÁRIO. Trêmulo, leu as mortes ocorridas em prazo de dias e, ao terminar sentiu um calafrio e um suor frio e pegajoso escorrer pelas suas costas. Um dia, quando estava lendo o Obituário, deparou com o seu nome escrito e a data da morte... a data do mesmo dia em que lia a noticia fúnebre. Leu, pálido e, tendo o coração a galope: " Faleceu nesta data o senhor José Sizenando Costa Neves. Saudades de sua família". Imediatamente, ele teve uma síncope cardíaca e morreu sobre sua mesa. Em tempo: O responsável pelo Obituário, na redação do jornal, se esqueceu de acrescentar no nome do defunto o sobrenome Palhares. Por um erro de redação, morreu o Coletor Estadual de Umbuzá.

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