sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

CERVEJA OU MANÁ DOS DEUSES

A conquista por si só foi muito difícil. Por alguns anos persegui-a como o lobo persegue o alce pelas tundras áridas e gélidas; nunca desistir, este foi o meu lema. Por incontáveis momentos pensei tê-la entregue ao meu amor, aos meus desejos, ao meu capricho de homem acostumado com conquistas fáceis, mas, ela, cada vez mais se tornava distante e difícil às minhas investidas de " galã sedutor". E, o jogo da sedução se alongava mais do que o esperado por mim, já que outras conquistas tinham sido bem mais fáceis... A paciência, até então inexistente em mim, começou a tomar forma e a se instalar no meu cérebro. A presa era muito especial para perdê-la com arremetidas simples e talvez vulgares que poderia afastá-la de mim para sempre. Fui paciencioso e me submeti aos seus caprichos de mulher admirada e desejada, não só por mim, como pelos outros ávidos e fúteis conquistadores. Assim, jogando o seu jogo, permaneci entregue às suas vontades e fiz-me "bobo" a ponto de uma colega de trabalho me falar: " você fica com cara de bobo quando está perto da sua amada". E, era verdade, não o nego, pois, amanhecia o dia e anoitecia rompendo a noite e eu ficava à mercê de sua presença. Estava perdidamente apaixonado; não apaixonado pelo simples motivo de estar, mas sim, de uma paixão avassaladora. Era me impossível ficar um pouco que fosse longe dela... Seguia-a, não mais como o lobo, mas sim como o homem que sabia ter encontrado o seu grande e único amor.A partir de então deixei o longo hábito de conquistar mulheres, não importando se eram bonita ou feias, novas ou velhas, gordas ou magras, casadas ou solteiras... Nada me importava, queria sim conquistá-las, passar um tempo e depois substituí-las. Nunca as amei. Posso ter sido amado, mas nunca retribuí. Vida estéril e fútil...E por um capricho do destino a conheci e desde então passei a desejar tê-la em minha vida para sempre... A mulher que me faria feliz e que certamente me veria morrer. Foram necessários alguns anos para que o meu intento se concretizasse... Consegui!
Namoramos bastante com carinho, ternura e respeito... Respeito até demais para os meus anseios, porém, sempre submisso à sua vontade, esperando a hora em que a teria inteira, sem restrições em meus braços... E, então aconteceu. Foi maravilhoso, inexplicável... Tudo o que eu sonhara, ela fez se tornar realidade. Foram alguns momentos, quem sabe, séculos, mas, os instantes que permanecemos juntos vieram coroar com guirlandas de flores maravilhosas acompanhadas de jóias oriundas do mais profundo universo( nunca vistas por mortal algum), o meu amor. Lobo, devorei a carne macia e perfumada e pensei morrer. A despedida foi doída, mas a recompensa pelo encontro certamente me deixou em êxtase por longo tempo. Absorto nos pensamentos dos inebriantes momentos a pouco vividos, entrei sem saber onde estava entrando num bar da avenida movimentada e sentei-me na cadeira e pedi uma cerveja. O garçom, lembro-me, perguntou se tinha preferência por uma marca especial... Com o olhar de "bobo" acredito, respondi que servia qualquer uma... O primeiro gole desceu como se fora uma enxurrada de beijos dela, e eu ria gostoso... O garçon, curioso, me perguntou se eu estava bem... Respondi-lhe: "Este líquido gelado não é cerveja, mas sim, o maná dos deuses...

2 comentários:

  1. Amigo Poeta, que lindo! maravilhoso esse texto, voce deve estar pensando, nao e possivel que esse amigo tambem entende desse assunto, e eu lhe digo, Nãooooo!!!!!, como diz o policial americano, voce tem o direito de ficar calado, pois tudo que falar, podera servir de prova contra voce. Até uma proxima
    Laercio

    ResponderExcluir
  2. Que lindo!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!É tenho certeza que tudo que você escreveu representa a mais pura verdade.Muitos cépticos lerão esta cronica e duvidarão de tão grande amor,,Mas eu como romântica inveterada acredito que possa existir pessoas que amam com este ardor.(não sou a velhinha de Taubaté)pois também já provei do "maná dos deuses"

    ResponderExcluir